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quarta-feira, 12 fevereiro, 2025
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    HomeSaúdeOnda de calor: como sensação térmica de 70°C pode afetar a saúde

    Onda de calor: como sensação térmica de 70°C pode afetar a saúde

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    A onda de calor que atinge principalmente o Sul do Brasil deve se prolongar até a próxima semana, com temperaturas elevadas também no Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.Uma projeção feita pelo Núcleo de Climatologia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP) estima que a sensação térmica pode chegar os 70°C nesse período.

    Especialistas ouvidos pelo Metrópoles alertam para os riscos à saúde nesse cenário e explicam como o corpo reage diante de temperaturas tão extremas.

    “Em ambientes com sensações térmicas de 70°C, o corpo entra em um modo de emergência, tentando a todo custo manter a temperatura interna dentro de um nível seguro. Se ultrapassarmos esse limite, os mecanismos de defesa começam a falhar, como se o relógio fosse perdendo o controle”, explica o clínico geral Carlos Gropen, médico da Clínica Ibdor e presidente da Sociedade para Estudo da Dor (SED/DF).

    De acordo com o pneumologista Elie Fiss, da Alta Diagnósticos, em São Paulo, a primeira reação do corpo é a vasodilatação para dissipar o calor. “Nesse processo, o corpo começa a suar para tentar reduzir a temperatura”, diz.

    O risco de complicações aumenta quando a pessoa não está bem hidratada. “Com a desidratação, pode acontecer a vasoconstrição, aumento da pressão arterial e até complicações mais sérias, como infarto ou derrame”, acrescenta o médico.

    Fiss alerta também que, além de crianças e idosos, pessoas com problemas respiratórios, como asma ou bronquite, estão mais suscetíveis a complicações graves.

    Impactos mais graves

    E o que acontece quando a regulação térmica do corpo falha? Gropen explica que, sem o controle da temperatura, o corpo se torna uma “fornalha sem válvula de escape”.

    “Quando a temperatura interna sobe além dos 40°C, o golpe de calor (heat stroke) se instala. Neste ponto, a pele pode até parar de suar, tornando-se seca e quente. A confusão mental se agrava e o colapso cardiovascular se torna iminente”, destaca.

    O médico clínico geral também alerta que o calor extremo afeta os rins, podendo levar à rabdomiólise – a destruição das fibras musculares que libera toxinas na corrente sanguínea e pode causar insuficiência renal.

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    Roupas leves, feitas de tecidos que permitam o corpo transpirar, são as mais recomendadas

    Também se deve evitar a exposição direta ao sol
    A população deve evitar a prática de atividades ao ar livre das 10h às 17h
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    Para enfrentar o calor, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas bebam bastante água, evitem atividades físicas e exposição ao sol em horários mais quentes do dia

    Hugo Barreto/Metrópoles

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    Roupas leves, feitas de tecidos que permitam o corpo transpirar, são as mais recomendadas

    @igoestrela/Metrópoles

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    Também se deve evitar a exposição direta ao sol

    Breno Esaki/Metrópoles

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    A população deve evitar a prática de atividades ao ar livre das 10h às 17h

    Igo Estrela/Metrópoles

    Como se prevenir no calor?

    O calor extremo exige cuidados especiais para proteger o corpo e evitar complicações. O cardiologista Marcelo Bueno, da Rede Dasa, recomenda o consumo de água e maior frequência de banhos ao longo do dia para controlar a temperatura corporal.

    “A água mantém a temperatura mais baixa ao transferir o calor do corpo. Se for possível ficar molhado, isso ajuda a controlar a temperatura de forma eficiente. Também recomendo permanecer em ambientes ventilados”, orienta o médico.

    Gropen também indica o uso de roupas leves e arejadas para evitar a absorção excessiva de calor. “Tecidos claros e respiráveis ajudam bastante, além de evitar atividades físicas sob sol forte”, destaca.

    Ter cuidado com a alimentação também é importante nos períodos de calor intenso. Refeições leves, com muitas frutas e vegetais, ajudam a reduzir a produção interna de calor. Já o consumo excessivo de cafeína e álcool deve ser evitado, pois contribuem para a desidratação.

    Além disso, a tecnologia pode ser uma aliada. “Ventiladores, climatizadores e ar-condicionado são essenciais, mas quando não estiverem disponíveis, métodos simples, como molhar a nuca, os pulsos e as axilas com água fria, podem resfriar o corpo rapidamente”, completa o especialista.

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