O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou, nesta quinta-feira (13/3), que o governo federal precisa da cooperação do empresariado do “chamado sistema financeiro” para mitigar o avanço inflacionário.
Marinho voltou a defender que o combate à inflação deve ser feito a partir de mais produção. Nos últimos 12 meses, o Brasil tem inflação acumulada de 5,06% — ainda acima do teto da meta para este ano, que é de 4,50%.
“O que nós temos de mirar e chamar a atenção é o seguinte: precisamos aprender a combater a inflação com mais produção. Precisamos de mais produção para combater a inflação, e não restrição e ausência de crédito”, reforçou Marinho durante o programa “Bom dia, Ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo o titular da pasta do Trabalho, o consumo eleva a necessidade de mais investimentos e produção, ocasionando na criação de empregos. “Essa é a diretriz que o governo dá, e a gente espera que o empresariado corresponda a isso”, declarou ele.
“O empresariado da produção tem correspondido a isso. Agora, precisamos do empresariado, especialmente, do chamado do sistema financeiro. Parece que quanto maior a restrição, melhor para ele. Não consigo entender esse processo”, acrescentou.
O IPCA em fevereiro
- Os preços de bens e serviços do país subiram 1,31% em fevereiro, maior taxa para o mês desde 2003.
- A guinada da inflação em fevereiro foi influenciada pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial. Isso ocorreu devido ao fim do Bônus de Itaipu — desconto aplicado nas contas de luz.
- O segundo grande “puxador” do avanço do IPCA em fevereiro foi a educação, que subiu 4,7% graças ao início do ano letivo, representando impacto de 0,28 ponto percentual.
De acordo com Marinho, nos primeiros meses do ano, há uma pressão sazonal no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — que mede a inflação oficial do país. “Todo começo de ano tem um problema inflacionário”, ressaltou.
Mas o ministro acredita que “a inflação voltará para o patamar de controle”. “[A inflação] voltará a condição da gente continuar trabalhando, sem o Banco Central falar de aumento de juros”, analisou.
O Comitê de Política Monetária (Copom) deve decidir por uma elevação de 1 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião, realizada em 18 e 19 de março. Caso aconteça, a taxa de juros chegará a 14,25% ao ano logo no início de 2025.