O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse ao Metrópoles que o papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21/4), “adorava o Brasil”. O vice, que é católico, ressaltou que o pontífice foi o primeiro papa da América Latina e elogiou a postura dele na busca pela paz mundial.
“O papa adorava o Brasil. Uma vez, perguntado sobre a rivalidade entre Brasil e Argentina, ele respondeu: ‘Isso é coisa do passado. Agora acabou. O papa é argentino, mas Deus é brasileiro’. Então, acho que uma característica do papa era também essa alegria, que era própria de São Francisco. Aliás, o papa foi o primeiro de Francisco, o primeiro jesuíta, o primeiro latino-americano”, relembrou Alckmin.
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Em seguida, Geraldo Alckmin citou os dois momentos em que esteve com o santo padre: em 2013, quando era governador de São Paulo e o pontífice visitou o Brasil, e em 2024, representando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É uma figura que cativava pela simplicidade, pela humildade, pela alegria. Eu estive com ele em 2013, quando ele veio ao Brasil, na Basílica Nossa Senhora Aparecida e depois fui, a pedido do presidente Lula, a Roma em dezembro [de 2024], quando foram nomeados os novos cardeais”.
Morte do papa
Pela manhã, o Vaticano anunciou a morte do papa Francisco, aos 88 anos, sem mais detalhes. À tarde, foi confirmado que o pontífice sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), coma e colapso cardiocirculatório irreversível.
O santo padre se recuperava em sua residência de mais de um mês de internação devido a um quadro grave de pneumonia.
Lula cogita ir a funeral
Como mostrado pela coluna no Metrópoles de Igor Gadelha, o presidente Lula avalia, nos bastidores, viajar a Roma nos próximos dias para participar do funeral do pontífice. Segundo interlocutores de Lula, o petista cogita estar presente na despedida de Francisco.
O governo brasileiro decretou luto oficial de sete dias. “O Estado é laico, mas a perda não é só para nós, católicos, para nós, cristãos, mas é para toda a humanidade. Eu acho que o papa vai fazer muita falta, mas fica seu exemplo de vida para iluminar as gerações mais novas, as gerações vindouras, trazer luz em um momento difícil da humanidade, com a questão de imigratória, a questão de guerra, a questão de intolerância. Então, mais do que nunca nós vamos precisar dessa luz”, disse Alckmin.