Um crime brutal quase tirou a vida do empresário Everton Jacomet, de 46 anos. Ele foi baleado à queima-roupa quatro vezes pelo corretor de imóveis Roberto Carlos de Souza Filho, 33 anos. A tentativa de execução ocorreu no município de Querência, no Mato Grosso, em 25 de janeiro deste ano. Desde então, o autor do crime está foragido.
De acordo com as investigações da Polícia Civil mato-grossense, Roberto Carlos — que é casado com uma sócia da vítima — tentou se vingar por Jacomet não aceitar as tentativas dele de ganhar dinheiro por meio de interferência nos negócios.
A coluna apurou que Everton e a sócia estavam desfazendo a sociedade e havia um imóvel de valor expressivo que precisaria ser vendido. Roberto, que queria ganhar cerca de R$ 2 milhões pela corretagem, chegou ao local avisando que ele venderia a propriedade e ficaria com a comissão.
Disparos
Segundo as apurações, Everton não concordou, pois não queria qualquer tipo de negócio com Roberto e informou que ele não tinha autorização para vender e não receberia comissão. Irritado, o atirador invadiu a empresa de Jacomet, que fica a 100 metros da Delegacia de Polícia de Querência, e atirou contra o comerciante no momento em que ele saía do banheiro. Ele levou quatro tiros que acertaram as pernas e a barriga.
Segundo testemunhas, Roberto Carlos teria tentado atirar contra a cabeça de Jacomet, que já estava caído no chão, mas a arma teria falhado. O empresário sobreviveu e saiu da cidade por medo do algoz.
A Polícia Civil requereu a prisão preventiva do atirador no mesmo dia da tentativa de homicídio, o que foi deferido pela Justiça. A defesa de Roberto Carlos chegou a recorrer, mas teve o pedido negado diante da periculosidade e da fuga após o crime.
O advogado da vítima, Thiago Machado, disse que, segundo os médicos, Everton “só não faleceu em razão de ter sido socorrido rapidamente por populares e do hospital ficar bem próximo ao local dos fatos”. “O que mais chama atenção no caso é que o local foi limpo as pressas depois da retirada da vítima, para inviabilizar a realização de perícia”, afirmou.
A coluna não conseguiu contato com a defesa do atirador. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
Veja imagens do empresário sendo socorrido após a tentativa de assassinato:
Mandado de prisão
Em 26 de janeiro, um dia após a tentativa de assassinato, a defesa de Roberto Carlos entrou em contato com a delegacia responsável e informou que o atirador se apresentaria para prestar esclarecimentos, mas ele nunca apareceu.
O mandado de prisão preventiva vale para todo o país. Quem tiver informações sobre o paradeiro do fugitivo pode entrar em contato com a polícia local para o cumprimento.
Roberto Carlos deve ser indiciado por tentativa de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo, crimes com penas que podem chegar a 24 anos de prisão.