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segunda-feira, 21 abril, 2025
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    Veja estados com mais casos de trabalho análogo à escravidão no Brasil

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    O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) atualizou o Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como Lista Suja. A contagem, divulgada na última quarta-feira (9/4), contabiliza 759 registros que também revelam os estados com maior número de casos identificados.

    Minas Gerais lidera com 159 empregadores listados, seguido por São Paulo, com 91, e Bahia, com 81. Outros estados com números expressivos incluem Maranhão, que contabiliza 45, Pará, com 38, e Rio Grande do Sul, que registrou 35 casos.

    No final da lista, estados como Amazonas (4), Sergipe (4), Rio Grande do Norte (4) e Acre (3) registram menor incidência. Confira o mapa interativo para consultar a quantidade de registros em cada Unidade Federativa (UF):

    map visualization

    Essas informações destacam a importância de uma fiscalização constante e da implementação de políticas públicas eficazes para eliminar o trabalho análogo à escravidão no Brasil.

    Lista Suja

    A Lista Suja, criada em 2003, tem como objetivo trazer transparência às ações fiscais que combatem o trabalho análogo à escravidão. Um empregador é incluído nesse cadastro somente após uma decisão administrativa final que confirma que trabalhadores foram submetidos a condições degradantes.

    Nesta atualização, 155 empregadores foram incluídos, dos quais 18 foram inseridos devido à comprovação de trabalho análogo à escravidão em atividades domésticas.

    As atividades com maior número de inclusões:

    • Criação de bovinos: 21;
    • Cultivo de café: 20;
    • Trabalho doméstico: 18;
    • Produção de carvão vegetal: 10; e
    • Extração de minerais diversos: 7.

    Nomes conhecidos na Lista Suja

    Na lista de 155 nomes, encontramos o de Ana Cristina Gayotto de Borba, que é esposa de Jorge Luiz Borba, desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O casal está sendo acusado de explorar Sônia Maria de Jesus, uma mulher surda que não aprendeu a Língua Brasileira de Sinais, em condições semelhantes à escravidão por 50 anos.

    Uma operação do MTE, com o apoio do MPT e da PF, conseguiu retirar Sônia da casa onde viveu desde a infância. No entanto, após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sônia retornou a morar na residência do desembargador em setembro de 2023.

    Clisthenes José Pereira de Andrade Lima, que foi diretor financeiro do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), foi adicionado à lista de trabalho escravo, que foi atualizada pelo governo federal.

    De acordo com o MTE, um trabalhador que se encontrava em condições semelhantes à escravidão foi resgatado na Fazenda Guabiraba, localizada na zona rural de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, propriedade do ex-diretor. A fiscalização aconteceu em 2024.

    Outra pessoa mencionada na lista é Marcos Rogério Boschini, que é genro de um dos condenados pela Chacina de Unaí (MG), ocorrida em janeiro de 2004. Nesse trágico evento, quatro funcionários do Ministério do Trabalho sofreram emboscada e foram mortos quando se dirigiam para uma fiscalização.

    Casos de trabalho análogo à escravidão

    Em abril de 2025, uma operação conjunta da PF, do MPT e do MTE resgatou uma mulher que trabalhava há mais de oito anos em condições análogas à escravidão em Planura (MG). Ela era mantida em cárcere privado, sem remuneração, e sofria agressões físicas, abusos sexuais e verbais.

    Em agosto de 2024, uma força-tarefa resgatou 593 trabalhadores em condições análogas à escravidão, na maior operação já realizada no Brasil. Mais de 70% dos resgatados estavam na agropecuária, e a ação ocorreu em 15 estados e no Distrito Federal. Nesta ação, os estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais (291), São Paulo (83), Distrito Federal (23) e Mato Grosso do Sul (13). Houve resgates em 10 estados. Quase 72% do total de resgatados trabalhavam na agropecuária, outros 17% na indústria e cerca de 11% no comércio e serviços.

    Como denunciar

    É possível fazer denúncias sobre trabalho escravo de maneira remota e sigilosa por meio do Sistema Ipê, que foi lançado em maio de 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho.

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