Em meio à discussão que levou o senador Humberto Costa (PE) a assumir interinamente o lugar de Gleisi Hoffmann no comando do partido, o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fez uma “DR” sobre os espaços ocupados hoje na administração federal. A legenda decidiu pela manutenção de José Guimarães (CE) como líder do governo na Câmara e embaralhou a reforma ministerial.
Guimarães foi cotado para assumir a SRI, mas foi preterido. Dessa forma, uma das possibilidades aventadas pelo Planalto foi tirá-lo da liderança e colocá-lo no “mandato tampão” no comando do PT. A sigla, apesar de ter apoiado Gleisi no Planalto, discordou da tese que tiraria Guimarães do posto na Câmara e quer mantê-lo como líder.
A escolha de um interino foi necessária porque a então presidente da sigla precisou deixar o posto após ser anunciada como ministra de Relações Institucionais. O presidente que de fato comandará a legenda pelos próximos quatro anos será eleito somente em julho.
Ao decidir apoiar a manutenção de Guimarães na liderança, a legenda do presidente Lula sinalizou não quer abrir mão do posto para um nome do Centrão. A avaliação do partido é que o atual líder já tem boa relação com esse grupo, e pode ser uma boa ponte entre Planalto e Câmara por ter articulado o apoio de Lula ao atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Segundo lideranças do PT, a troca de Guimarães só faria sentido e seria aceita pela legenda caso o atual líder do governo assuma um ministério com capilaridade, como o do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Agora, a legenda aguardará a decisão de Lula sobre futuras trocas na Esplanada para amarrar a aliança com partidos do Centrão.
No contexto da reforma ministerial de 2025, o presidente só mexeu em postos ocupados pelo próprio partido: trocou Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social; Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde; e Padilha por Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais.