Em 2003, quando Oldboy chegava aos cinemas, o grande vilão ainda não era o temido “spoiler”. Até porque as redes sociais ainda engatinhavam. 20 anos depois, é uma delícia ver que o filme do diretor sul-coreano Park Chan-wook, que volta remasterizado às telas brasileiras ness quinta-feira (14/9), continua funcionando. Mesmo se você souber o final.
Assim, Oldboy facilmente fica ombro a ombro com outros filmes, como Psicose (1960) e Seven (1995), no qual a reviravolta é apenas uma das ferramentas para se contar uma grande história e não a única muleta narrativa.
Para quem nunca teve contato com Oldboy, uma breve sinopse (sem spoilers). O filme, baseado em uma história em quadrinhos homônima, faz parte da chamada Trilogia da Vingança de Chan-wook, composta ainda por Mr. Vingança (2002) e Lady Vingança (2005).
A trama acompanha Oh Dae-su (Min-sik Choi), um Edmond Dantès sul-coreano (de O Conde de Monte Cristo, obra de Alexander Dumas, referência nominal no filme). Nosso herói (?) é sequestrado no dia do aniversário de 3 anos de sua filha e acaba preso em um quarto, onde recebe comida e cuidados. Após 15 anos é solto sem explicação.
A ânsia de Oh Dae-su não é apenas por vingança. Mas por dar sentido a sua tragédia. Por qual motivo alguém o prenderia por 15 anos? E mais importante, por que foi solto? É essa busca por sentido que levará Oh Dae-su a um inferno pessoal e trará consequências surpreendentes e violentas.
Mais do que isso seria revelar demais. Mesmo sendo estranho os cuidados em não entregar detalhes de uma trama com 20 anos de idade e com direito até mesmo a uma refilmagem americana (em 2013, nas mãos do diretor Spike Lee).
O destino de Oh Dae-su, o sorriso que marca a cena final, continua chocando e conquistando o público 20 anos depois. Oldboy é um filme que não teme spoilers.
