Continua, nesta quinta-feira (14/9), a audiência de instrução de quatro dos cinco réus presos por envolvimento no caso que ficou conhecido como a maior chacina do Distrito Federal. Além das 11 pessoas que prestaram depoimento nessa quarta-feira (13/9), agora serão ouvidas outras oito testemunhas. A audiência faz parte de um rito legal que auxilia o magistrado responsável pelo caso a definir se os autuados serão levados a Júri popular.
O crime, que chocou o país, vitimou 10 pessoas da mesma família entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, em Planaltina, e acabou com cinco pessoas presas por suspeita de envolvimento no caso. Neste momento, sentam no banco dos réus os seguintes autuados: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Carlos Henrique Alves da Silva e Carlomam dos Santos Nogueira.
O primeiro a ser chamado para depor nesta quinta – a 12ª testemunha ouvida – foi o menor de idade que havia sido detido por envolvimento no crime, no início deste ano. O rapaz começou a falar que havia sido chamado pelos réus para ajudar em uma mudança, mas acabou voltando atrás e pediu para permanecer em silêncio.
Ele está internado em centro para menores e disse que não foi ouvido pela Vara da Infância e da Juventude.
A segunda testemunha a depor no dia foi um policial civil de Goiás. O investigador narrou como foi apurado o crime e como a polícia goiana se envolveu na situação. O policial falou que os autores disseram que o crime teve como motivação a chácara da família, mas o investigador acredita que o crime tenha “resquícios de ódio”.
Segundo o policial, a investigação aponta para Gideon como o mandante do crime. Uma fala de Horácio, inclusive, ajudou nessa conclusão. Conforme relatou o PCDF, logo após ser detido, Horácio teria dito aos investigadores que estava disposto a confessar, mas que precisava falar com Gideon antes.
O agente explicou que foi acionado após equipes encontrarem o carro de Elizamar carbonizado, em Cristalina (GO). À época, ele foi informado que um outro veículo, em Unaí, Minas Gerais, também havia sido encontrado carbonizado, na mesma data.
Após isso, policiais dos dois estados trocaram informações e, então, ficaram sabendo dos desaparecimentos.
Nesse momento, a PCDF foi procurada e, em seguida, as esquipes trabalharam juntas para localizar os envolvidos na barbárie.
Segundo o investigador, ele integrou a equipe que prendeu Horácio. Narrou, ainda, que o réu foi localizado com o auxílio da inteligência da Polícia Civil, e que quando o deteve, Horácio estava trabalhando em uma oficina.
De todos os acusados, somente Fabrício da Silva Canhedo não será ouvido nesta semana. Após pedido da advogada do réu, que está em licença maternidade, o juiz permitiu que caso de Fabrício fosse desmembrado.
Veja quem são as vítimas e os acusados:
A chácara em que parte das vítimas morava, no Itapoã, era avaliada em R$ 2 milhões e teria sido a motivação dos criminosos para matá-las. A execução dos 10 assassinatos levou 18 dias. Para a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os executores da chacina formaram uma associação criminosa armada.