O médico-chefe da equipe cirúrgica de Jair Bolsonaro (PL), Claudio Birolini, afirmou, nesta segunda-feira (14/4), que a facada sofrida pelo ex-presidente em 6 de setembro de 2018, durante um comício de campanha eleitoral, foi o fator inicial para todas as cirurgias pelas quais ele passou.
Durante uma coletiva realizada pelo Hospital DF Star, o médico responsável pela equipe que operou o ex-presidente afirmou que a facada sofrida pelo político, em 2018, foi o principal fator para as demais cirurgias realizadas ao longo dos anos.
“O ponto de início é a facada. As cirurgias iniciais e, posteriormente, as outras cirurgias. Todas elas têm um fator cp, um papel no quadro atual. Então, o objetivo dessa cirurgia foi reverter todos esses fatores que poderiam contribuir para uma nova ocorrência de um quadro assim. Então, o ponto inicial, que fique claro para todos, foi a facada”, reforçou o médico.
Nesse domingo (13/4), o ex-presidente foi submetido a uma nova cirurgia que durou 12 horas. O procedimento médico começou às 10h e teve como objetivo liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Ao todo, Bolsonaro já passou por sete cirurgias.
De acordo com o médico-chefe, não é possível dizer que o problema do ex-presidente está resolvido. “No pós-operatório imediato, essas aderências vão se formar, e isso faz com que a recuperação nesses próximos dias seja um pouquinho mais lenta, e a gente não tenha nenhuma intenção em acelerar isso”, detalhou.
Birolini também destacou que, em um futuro a médio ou longo prazo, realmente, podem surgir as chamadas “aderências bridas”, e que cada caso será analisado de forma individualizada.
No entanto, o quadro do ex-presidente é estável.
Leandro Echenique, médico cardiologista, classificou a cirurgia de Bolsonaro como “extremamente complexa”. “Tinha muita aderência (no intestino), mas o resultado foi excelente”, disse. “Não houve complicação, e todas as medidas preventivas serão tomadas”, completou.
“Ele está acordado, consciente e já fez uma outra piadinha ali”, afirmou.
A facada
Ainda candidato ao Palácio do Planalto, Bolsonaro participava de um comício em Juiz de Fora, em 2018, quando foi esfaqueado na barriga por Adélio Bispo.
Bolsonaro foi operado em Juiz de Fora e depois transferido para Hospital Albert Einsten, em São Paulo, onde passou por uma segunda intervenção cirúrgica.
Embora a Polícia Federal (PF) tenha apontado que não houve um mandante, o presidente insiste até hoje que as investigações não foram conclusivas. A Justiça considerou o autor do crime inimputável, em razão de doença mental.