Os ministros André Fufuca (PP) e Silvio Costa Filho (Republicanos) tomam posse, nesta quarta-feira (13/9), nos ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos, respectivamente. Como titulares das pastas, os parlamentares do Centrão assumirão projetos caros desenvolvidos pelos antecessores, Ana Moser e Márcio França.
No caso dos Esportes, Fufuca receberá um ministério “turbinado” ao dividir, com o Ministério da Fazenda, a gestão das apostas esportivas, tema de disputa no governo federal. A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nessa terça-feira (12/9).
Além disso, o novo titular da pasta tocará duas agendas desenvolvidas pela ex-jogadora de vôlei, voltadas para a democratização do acesso ao esporte: a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, com foco na candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027; e o grupo de trabalho Esporte sem Racismo, criado após o caso de racismo contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, na Espanha.
Novos ministros André Fufuca e Silvio Costa Filho com o ministro Alexandre Padilha
Fufuca, Padilha e Silvio Costa Filho
Audiovisual/PR
Metrópoles entrevista Ana Moser, ex-voleibolista e atualmente ministra dos Esportes do Brasil – Metrópoles
Ana Moser foi demitida do Ministério do Esporte
Wey Alves/Metrópoles
Fufuca e Lula
Lula e o novo ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA)
Reprodução
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Depois do anúncio de que deixaria o ministério, Ana Moser também lamentou ter tido “tão pouco tempo” para desenvolver os projetos, conforme nota divulgada pela pasta.
“Esta gestão vê com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal, mas entende que este caminho apenas começou a ser trilhado”, destacou Moser em nota.
França, ao contrário de Ana Moser, não deixa o governo. Ele assumirá o Ministério da Micro e Pequena Empresa, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que será criado nos próximos dias.
Nos Portos e Aeroportos, Silvio Filho deverá conduzir o programa Voa Brasil, com o objetivo de incentivar o turismo nacional a partir da venda de passagens aéreas a R$ 200, segundo anunciado por Márcio França anteriormente. A estimativa é de que o programa seja oficializado ainda neste segundo semestre, com a adesão das companhias aéreas Latam, Gol e Azul.
Apesar dos programas de caráter popular, os dois ministros assumirão as respectivas pastas em meio a fortes críticas nas redes sociais. A militância petista na internet não está abraçando a decisão pragmática do presidente Lula de abrir mais espaço no governo para indicados por partidos do Centrão.
Na mira das redes sociais, Fufuca e Silvio Filho seguem sob forte artilharia de petistas de perfil mais ideológico e que estão se manifestando na internet.
Futebol feminino
A ação instituída pelo ministério do Esporte, em 30 de março, prevê ações voltadas para o incentivo e a democratização do esporte praticado por mulheres no Brasil. A pasta é responsável pela implementação das ações da iniciativa entre 2023 e 2025.
As estratégias visam fortalecer a iniciativa de candidatura do Brasil para a Copa 2027. Segundo diagnóstico elaborado pela pasta, somente 19,2% das atletas brasileiras têm vínculo profissional, enquanto 4,9% contam com contrato de trabalho temporário e 1,2%, contrato de formação.
“Ao induzir iniciativas e ações necessárias para construção conjunta e planejada de um futuro mais inclusivo para meninas e mulheres no futebol, ela visa diminuir a desigualdade de oportunidades no esporte e valorizar, cada vez mais, a participação feminina”, defende o ministério.
Voa Brasil
O programa anunciado por Márcio França ainda não teve o desenho completamente definido. Contudo, o antigo titular da pasta anunciou que a expectativa é de que o Voa Brasil possa oferecer 1,5 milhão de bilhetes a R$ 200 por mês. A princípio, a iniciativa será voltada para “aposentados, pensionistas e, eventualmente, servidores públicos”.
Em julho, França detalhou que a aquisição de passagens será limitada a quatro bilhetes por pessoa, por ano, sendo cada um referente a um trecho. Latam, Gol e Azul teriam confirmado a participação no programa.
Esporte sem Racismo
O primeiro relatório do Grupo de Trabalho Técnico de Combate ao Racismo, que elabora um plano de ação do governo federal para o combate à injúria racial no esporte, foi entregue em 3 de agosto.
De acordo com as autoridades, três premissas permearam as ações: realizar programas transversais de combate ao racismo e de promoção da inclusão da população negra nos esportes a serem executados pelos órgãos competentes da administração pública federal; propor estratégias de integração entre as políticas públicas de igualdade racial, esporte e promoção e acesso à Justiça; e promover diálogo intersetorial no âmbito governamental e com atores da sociedade civil voltado para a replicação de práticas racistas.
Além dos Esportes, o trabalho é uma iniciativa em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, chefiado por Anielle Franco, e o ministério da Justiça e Segurança Pública, de Flávio Dino.
