A Defesa Civil de Maceió encaminhou para a Braskem, empresa responsável pela mineração de sal-gema na cidade, bem como para o Ministério Público Federal (MPF), no último dia 30 de dezembro, documentos atualizados sobre as medidas da cratera que se abriu na lagoa Mundaú, em razão do colapso da mina 18.
Conforme o órgão, a cratera tem 78 metro de comprimento, 46 metros de largura e 7 metros de profundidade.
Os dados foram obtidos pela TV Gazeta, nessa quinta-feita (4/1). De acordo com o documento, a cratera comporta o mesmo volume de água de 11,4 piscinas olímpicas. Contudo, uma segunda medição foi feita dias depois e chegou a uma profundidade maior, de 10 metros.
ANMBairro do Mutange, completamente desocupado onde fica localizado a mina 18, sob risco iminente de colapso, em Maceió 4
ANM Área da mina 18 da Braskem, que pode desabar
Orlando Costa/Especial Mestrópoles
Bairro do Mutange, completamente desocupado onde fica localizado a mina 18, sob risco iminente de colapso, em Maceió 3
Lagoa Mundaú pode inundar a cratera da mina
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Bairro do Mutange, completamente desocupado onde fica localizado a mina 18, sob risco iminente de colapso, em Maceió 2
Mina18 da Braskem
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Bairro do Mutange, completamente desocupado onde fica localizado a mina 18, sob risco iminente de colapso, em Maceió 1
Região foi evacuada e nem pescadores podem se aproximar
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Bairros do Mutange, Pinheiro e comunidade Flexais, afetados pela mineração da Braskem, em Maceió, que causou afundamento de solo e realocação de milhares de famílias 3
Maceió
Orlando Costa/Especial Mestrópoles
Bairros do Mutange, Pinheiro e comunidade Flexais, afetados pela mineração da Braskem, em Maceió, que causou afundamento de solo e realocação de milhares de famílias 2
Tragédia da mineração afetou mais de 5 bairros de Maceió
Orlando Costa/Especial Mestrópoles
Bairros do Mutange, Pinheiro e comunidade Flexais, afetados pela mineração da Braskem, em Maceió, que causou afundamento de solo e realocação de milhares de famílias 1
Maceió está afundando
Orlando Costa/Especial Mestrópoles
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Rompimento da mina
A mina 18, perto do antigo campo do CSA, no bairro Mutange, em Maceió (AL), estava em alerta máximo quando se rompeu no dia 10 de dezembro. Ela é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema.
A mineração foi paralisada em 2019 depois da confirmação de que a atividade estava provocando o afundamento do solo e afetando cerca de 5 bairros. Desde então, mais de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, deixando “bairros fantasmas” para trás.
O documento da Defesa Civil alerta ainda para a falta de monitoramento de três escavações que também ficam sob a lagoa. Para saber a gravidade do impacto do colapso sobre os locais, um equipamento vai ser colocado em uma cavidade fora da lagoa por um cabo operado por um caminhão para tentar acessar as minas submersas.
Caso o acesso esteja bloqueado, será necessário perfurar um novo poço.
“Essas cavidades, além de estarem próximas ao colapso, se encontram parcialmente e fora da camada de sal. Por estarem localizadas na laguna Mundaú, torna-se inviável o acompanhamento por DGNSS, sendo assim, necessário a avaliação de tais cavidades após a ruptura e colapso da Mina 18”, diz trecho do documento da Defesa Civil.
Em nota, a Defesa Civil disse que “até o momento não há necessidade de alertas sobre a falta de monitoramento das cavidades. Havendo, a população, assim como os demais órgãos, serão devidamente informados”.
Outra medida adotada pela Defesa Civil foi a de reduzir para “atenção” o nível operacional de “alerta” emitido no dia 29 de novembro, quando o risco de colapso ainda era alto. De acordo com o documento, a área da mina 18 continua afundando, mas em velocidade reduzida.
Ação de vândalos
Ainda segundo a Defesa Civil, no mesmo documento, vândalos invadiram, no dia 30 de dezembro de 2023, a área isolada e danificaram diversos equipamentos da rede de monitoramento.
Com a redução do nível de alerta, o órgão municipal solicita que a Braskem retome as atividades de fechamento das escavações e demolição dos imóveis desocupados na região, além da segurança patrimonial, para impedir que novos danos sejam causados ao monitoramento.
“Com o vandalismo nos equipamentos, há um comprometimento desses dados, atrapalhando grandemente na realização dos trabalhos de monitoramento, reforçando a necessidade de retorno das atividades na região, principalmente a de segurança patrimonial”, afirma a Defesa Civil.