Preso por policiais militares, após fugir da cena do crime, Wederson Aparecido Ananias de Moura, 36 anos, confessou ter matado Jainia Delfina de Assis, 42, quando ambos estariam drogados. O criminoso disse ter “perdido a cabeça” após a vítima relevar ser portadora do HIV, vírus da Aids, e que ele “estaria condenado”. O feminicida foi preso neste domingo (16/6), em Vicente Pires.
Enfurecido, o assassino esfaqueou a mulher, a deixou agonizando sobre uma poça de sangue e fugiu. Wederson ainda contou que permaneceu escondido em uma área de mata próxima à Estrutural, onde ocorreu o crime, no sábado (15/6). Antes de ser preso, o criminoso foi identificado, rendido e espancado por populares.
Com costelas fraturadas, o criminoso foi levado para a emergência do Hospital de Base, a fim de receber atendimento médico. Após a liberação, ele foi encaminhado para a 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), onde foi registrado o flagrante de feminicídio.
O crime ocorreu na Quadra 4 do Setor Oeste, na Cidade Estrutural. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o filho da vítima, de 4 anos, foi o primeiro a ver a mãe deitada em meio ao sangue e a pedir ajuda a vizinhos. Um ex-namorado de Jainia encontrou a criança assustada, soube do que aconteceu e acionou a polícia.
Wederson tem histórico de violência doméstica e, inclusive, foi alvo de uma medida protetiva por agressões contra Jainia Delfina. A ação foi determinada pelo 3º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Brasília no fim do ano passado. Há outros processos por Lei Maria da Penha contra ele.
A casa onde ocorreu o feminicídio passou por perícia.
Histórico violento
Além de passagens criminais por violência doméstica, incluindo medida protetiva contra Jainia, Wederson foi preso por homicídio e atentado violento ao pudor, em 2006. Na época, ele foi condenado por estuprar e assassinar uma adolescente de 15 anos, enquanto ela dormia.
Ana Paula Rodrigues de Sousa, a adolescente morta por Wederson em 2006, foi encontrada completamente nua e com a cabeça esfacelada. A garota dormia com um grupo de moradores de rua dentro de um duto de ventilação do metrô. As pessoas se levantaram e foram até a rodoviária fazer um lanche, deixando a adolescente dormindo sozinha no local.
No momento em que o grupo retornou, viu quando Wederson deixava o local apressadamente, com as mãos ensanguentadas. Ana Paula ainda estava viva, mas gemia muito e tremia. Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, a vítima já estava sem vida. O criminoso fugiu, mas dias depois foi preso.
O Metrópoles apurou que Wederson estava em prisão domiciliar desde novembro de 2022. Em decisão anterior, que analisou o possível relaxamento da detenção, foi descrito que laudo criminológico identificou traços de personalidade negativa e apontou que, possivelmente, seria importante oferecer acompanhamento psicológico ao preso.