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Estatinas podem reduzir risco de câncer de fígado, aponta estudo

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Pesquisadores da Harvard Medical School descobriram que o uso de estatinas pode diminuir significativamente o risco de câncer de fígado e complicações graves em pacientes com doença hepática crônica.

O estudo, publicado na revista JAMA Internal Medicine em 17 de março, mostra que os medicamentos amplamente usados para reduzir o colesterol têm um efeito protetor no fígado. Entre elas, as estatinas lipofílicas, como atorvastatina e sinvastatina, parecem ser mais eficazes, especialmente quando usadas por períodos mais longos.

Carcinoma hepatocelular

O carcinoma hepatocelular, tipo mais comum de câncer de fígado, é uma das principais causas de morte por câncer no mundo. A doença hepática crônica é um fator de risco fundamental para o desenvolvimento da condição.

Com os avanços no tratamento antiviral, doenças hepáticas metabólicas e relacionadas ao álcool se tornaram as principais responsáveis pela alta incidência do câncer, substituindo a hepatite viral.

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Câncer no fígado é uma espécie de tumor maligno e, muitas vezes, bastante agressivo, que se origina nas células que formam o fígado, como hepatócitos, canais biliares ou vasos sanguíneos

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Entre os fatores que podem aumentar o risco do câncer de fígado estão: cirrose hepática, gordura no fígado ou uso de anabolizantes

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Os sintomas costumam surgir nos estágios mais avançados da doença, e incluem dor no abdômen, inchaço da barriga, enjoo, perda do apetite e de peso, sem causa aparente, cansaço excessivo e olhos amarelados

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Segundo levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de fígado foi o sexto tipo da doença que mais matou homens no Brasil, em 2020. Entre as mulheres, foi o sétimo

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O câncer de fígado costuma ser identificado através de exames como o ultrassom ou tomografia, capazes de detectar um ou mais nódulos na região

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O tratamento é feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, a depender do tamanho e da gravidade de cada caso, e as chances de cura são maiores quando o tumor é identificado precocemente, assim como em qualquer outro tipo de câncer

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Segundo o Inca, “quando o tumor está restrito a uma parte do fígado (tumor primário), a remoção cirúrgica é o tratamento mais indicado. Assim como no caso dos tumores hepáticos metastáticos, em que a lesão primária foi ressecada ou é passível de ser ressecada de maneira curativa”

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Quando já não é possível alcançar a cura do câncer no fígado, no entanto, o tempo de sobrevida é de aproximadamente 5 anos, mas esse valor pode variar de acordo com o grau de desenvolvimento da doença e outras doenças do paciente

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Efeito das estatinas no risco de câncer de fígado

“Estudos anteriores sugeriram que as estatinas, amplamente usadas para controlar o colesterol, possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Agora, mostramos que elas também ajudam a reduzir o risco de câncer de fígado em pessoas com doença hepática crônica”, afirmam os pesquisadores em comunicado à imprensa.

Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou dados de mais de 16 mil pacientes com doença hepática crônica, que foram acompanhados entre 2000 e 2023 e tinham mais de 40 anos. O estudo comparou a incidência de câncer de fígado e de descompensação hepática entre os participantes que usaram estatinas e os que não usaram.

Os resultados mostraram que os voluntários que usaram estatinas apresentaram uma redução de 4,2% no risco de desenvolver carcinoma hepatocelular ao longo de 10 anos e uma queda de 9% no risco de descompensação hepática, quando o fígado perde sua função de forma grave.

“Esse efeito protetor foi ainda mais forte entre os pacientes que usaram estatinas lipofílicas, com uma redução de 36% no risco de câncer de fígado”, dizem os pesquisadores, destacando que o uso contínuo das medicações por longos períodos melhorou ainda mais os resultados.

Além disso, em um subgrupo de pacientes com medições de fibrose hepática, os que usaram estatinas apresentaram uma progressão mais lenta da doença, com menos pessoas avançando para estágios mais graves.

“Os dados sugerem que as estatinas poderiam ser uma estratégia preventiva importante para pacientes com doença hepática crônica, ajudando a reduzir os riscos de câncer e complicações graves no fígado”, concluem os cientistas.

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