Em 2024, dos seis pacientes que morreram por complicações causadas pela dengue no Distrito Federal, cinco tinham algum tipo de comorbidade. Os dados constam no boletim epidemiológico emitido pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) nesta quinta-feira (1º/2).
Ainda de acordo com o documento, os pacientes tinham entre 5 e 79 anos, sendo cinco do sexo masculino e um do feminino. As vítimas moravam em Ceilândia (2), Guará (2), Estrutural (1) e Lago Sul (1).
A Saúde considera comorbidades condições que podem agravar a doença, como hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares; diabetes mellitus; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme); doença renal crônica; doença ácido péptica e doenças autoimunes.
Além das 6 mortes confirmadas, outras 24 estão sendo investigadas pela secretaria.
Segundo a SES-DF, a susceptibilidade ao vírus da dengue é universal, no entanto, existem fatores de risco individuais. São eles: idade, etnia, presença de comorbidades e infecção secundária que podem determinar a gravidade da doença.
Crianças mais novas têm maior risco de apresentar complicações devido à infecção por dengue. Também dentro do grupo de maior vulnerabilidade estão pessoas acima de 65 anos, por possuírem sistema imunológico menos eficiente, pela possível existência de doenças associadas e até pelo fato de se desidratarem com mais facilidade.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Cenário da dengue no DF
Neste ano, até 27 de janeiro, foram registrados 29.492 diagnósticos prováveis da doença. Em relação ao perfil dos casos prováveis de dengue em moradores do DF, observa-se a maior incidência dos casos no sexo feminino, com 55,1% dos casos.
O grupo com maior incidência de casos prováveis da doença, entre moradores do DF, é a faixa etária de 20 a 29 anos, com incidência de 1.092,2 casos por 100 mil habitantes, Em segundo lugar aparecem os grupos etários de 70 a 79 anos e 80+, com 1.078,6 e 1.046,1 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.
Casos graves
O DF registrou 511 casos de dengue com sinais de alarme — sintomas que podem indicar uma evolução grave da doença no primeiros 27 dias do ano. O valor é 1.116% maior do que os 42 casos do tipo registrados no mesmo período do ano passado. Segundo o documento, os casos com sinais de alerta notificados este ano ultrapassam os 500 registrados em 2023.
Os sinais de alarme incluem sintomas como vômito persistente, dor abdominal intensa, sangramentos de mucosas, dor no fígado e queda de pressão.
Caso um paciente apresente um desses indícios ou mais, há um risco de a doença evoluir para a necessidade de hospitalização e o paciente corre risco de óbito.