O filme Vitória, estrelado por Fernanda Montenegro, estreou nesta quinta-feira (13/3) e traz a história real de Joana da Paz. A mulher foi responsável por filmar e denunciar uma rede de tráfico em uma favela do Rio de Janeiro, em 2005.
Joana Zeferino da Paz era empregada doméstica e massoterapeuta e morava na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. Ao ser ignorada pela polícia local, a mulher comprou uma filmadora e passou a gravar a movimentação dos traficantes pela janela do apartamento em que morava.
Insistindo em ter um retorno das autoridades policiais do Rio de Janeiro, Dona Joana teve a ajuda do jornalista policial Fábio Gusmão, vivido por Alan Rocha na trama. Ele assistiu as fitas e auxiliou a senhora a iniciar uma investigação, que terminou com mais de 30 pessoas envolvidas no narcotráfico presas, incluindo policias militares.
A situação fez com que Dona Joana fosse jurada de morte por muitas pessoas e a “obrigou” a entrar no Programa de Proteção à Testemunha, no qual ficou por 17 anos. Apesar da história ter sido exposta na mídia ao longo dos anos, a verdadeira identidade da idosa só foi revelada em 22 de fevereiro de 2023, quando ela morreu, aos 97 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Na época, as gravações do filme já estavam concluídas. Uma reportagem do Fantástico apontou que os responsáveis pelo filme sabiam das características físicas de Dona Joana, mas optaram por evitar qualquer identificação da mulher na vida real. Por isso, Fernanda Montenegro foi escalada para o papel, mesmo sendo branca e Dona Joana negra, assim como aconteceu com Fábio Godoy — branco na vida real e negro no filme.
