Home Brasil Com alta do preço dos alimentos, veja como clima pode impactar safra

Com alta do preço dos alimentos, veja como clima pode impactar safra

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A alta dos alimentos está assustando os consumidores que vão até as prateleiras do mercado realizar as compras. Diante desse cenário preocupante, o governo Lula (PT) anunciou nesta semana ações para aprimorar a logística e a infraestrutura brasileiras e garantir escoamento eficiente da safra de grãos 2024/2025.

O governo acredita que o clima pode ser um dos grandes aliados para uma boa safra e alívio no preço dos alimentos. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as principais variáveis de clima que interferem no clima são precipitação e temperatura.


Veja principais impactos do clima na agricultura

  • As chuvas são essenciais para tornar o ambiente apto para a semeadura, desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. A depender de cada tipo de solo e manejo de cultivo, o volume de chuvas precisa atender à demanda hídrica de cada fase.
  • Para a maturação e a colheita, o tempo seco é favorável.
  • A temperatura impacta na evapotranspiração da planta, tornando mais exigente em volume significativo de precipitações de chuva.
  • As ondas de calor associadas à falta de chuva podem afetar o desenvolvimento e a produtividade dos cultivos.
  • Conab reforça que o principal fator de perda na agricultura é a falta de chuvas.

O meteorologista Angel Domínguez Chovert, do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado (Cempa) da Universidade Federal do Goiás (UFG) explica que as recentes mudanças climáticas faz com que as previsões climáticas sejam menos imprecisas.

Domínguez esclarece que 2025 deve seguir a tônica dos últimos anos, sendo um período muito quente. “Isso afeta totalmente a cadeia de produção agrícola, como modifica a forma em que as diferentes pragas se adaptam aos ambientes e o momento em que elas chegam a afetar os cultivos. 2025 vai continuar sendo um ano onde o aquecimento global vai estar presente. Podendo provocar eventos significativos de precipitação”, destaca o meteorologista.

O especialista em clima pontua que eventos climáticos extremos podem ser cada vez mais comuns em todo o Brasil, inclusive em regiões agrícolas. Dentro desse espectro de incertezas, Dominguez alerta que 2025 é um ano que os produtores precisam estar frequentemente monitorando as condições climáticas da região de suas produções. “É um ano em que as condições climáticas muito adversas podem afetar em grande medida a produtividade das safras que ainda não começaram ou das que estão para começar o em fase final de colheita”, frisa.

Panorama das safras

Os produtores que realizaram o plantio da soja e, alguns de milho, entre setembro e dezembro terão a partir de fevereiro o momento da colheita. Dominguez lembra que durante o final do ano de 2024 as condições de tempo meteorológico favoreceram o aumento da produtividade em relação a anos anteriores.

“Espera-se que em 2025, a produtividade, ao menos da soja e do milho, no período de safra para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste aumente em uma magnitude significativa. As condições meteorológicas favoreceram essa situação. Teve chuva regular, não teve eventos meteorológicos significativos tão drásticos que conseguissem impedir o desenvolvimento normal da safra e, portanto, se espera essa melhora da situação nos próximos meses agora com a colheita”.

A Conab traz que o clima impacta diretamente o desenvolvimento das culturas em todas as suas fases fenológicas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no Sudeste foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm no mês de janeiro de 2025, elevando os níveis de umidade no solo.

Esse elevado número de precipitações  vem contribuindo para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em floração e enchimento de grãos, além da semeadura e início do desenvolvimento do milho segunda safra.

Porém, a Conab faz um alerta para algumas áreas de Goiás e Mato Grosso, onde excesso de chuvas tem prejudicado o processo de colheita da soja.

No Paraná, os dias foram intercalados entre períodos chuvosos e dias mais secos, sendo que essa oscilação diminuiu o ritmo de operações. Essa maior umidade também aumentou a pressão de doenças de final de ciclo e reduziu a qualidade dos grãos em maturação.

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