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Bolsonaro chama de “tortura” delação de Mauro Cid

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Em nova manifestação após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou de “tortura” a delação do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens.

Na quarta-feira (19/2), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tirou o sigilo dos depoimentos de Mauro Cid e deu 15 dias para que Bolsonaro e os demais 33 denunciados pela PGR se manifestem sobre o conteúdo. O grupo foi denunciado por golpe de Estado e organização criminosa no âmbito de investigação que apura a trama golpista arquitetada para evitar a posse de Lula (PT).

Segundo os documentos divulgados, Moraes pressionou Mauro Cid durante audiência em novembro de 2024, que teve a presença de Paulo Gonet, procurador-geral da República, e afirmou que essa era a última chance de Cid dizer a verdade. Posteriormente, a delação foi mantida.

“A delação do Cid: tortura. Vocês viram parte dos vídeos vazados agora. Foi tortura. O Alexandre de Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele [Cid] mudando os seus posicionamentos. Isso quando ocorreu lá trás, algo parecido ou mesmo grave do que isso até, anularam-se praticamente todos os processos da Lava Jato”, alegou Bolsonaro em entrevista à CBN Recife.


Entenda

  • A delação do ex-auxiliar de Bolsonaro Mauro Cid serviu para embasar grande parte da investigação, que resultou na denúncia de um total de 34 pessoas.
  • A falta de acesso à íntegra da delação era um objeto de crítica dos advogados dos acusados. O argumento das defesas era que o acesso ao acordo permitirá visão mais ampla sobre as acusações do delator.
  • Ao liberar a íntegra da delação, em texto e vídeo, Moraes alegou que o sigilo da delação não se justificava mais nem para preservar os direitos assegurados ao colaborador, nem para garantir o êxito das investigações.
  • Durante a audiência, Moraes mencionou que a Polícia Federal (PF) encaminhou ao Supremo provas que mostravam que Mauro Cid havia omitido informações em tentativa de minimizar a gravidade dos fatos relatados.

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Mauro Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante todo o governo

Hugo Barreto/Metrópoles

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Mauro Cid e Bolsonaro durante a posse presidencial em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles

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Jair Bolsonaro e Mauro Cid

Alan Santos/PR/Divulgação

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Jair Bolsonaro e Mauro Cid

Reprodução

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Jair Bolsonaro e Mauro Cid

Reprodução

Bolsonaro ainda negou tratativas para um golpe de Estado no fim de 2022. “Não apoiei nem teve tentativa de golpe. Como eu posso dar golpe em mim mesmo? Você dá golpe contra uma autoridade investida do cargo”, argumentou. “Duvido que vocês tenham visto essa tal minuta de golpe. Quem quer dar golpe deixa a Constituição de lado”, acrescentou.

Segundo Bolsonaro, foram discutidas hipóteses de decretação de estado de sítio e estado de defesa. De acordo com o ex-chefe do Planalto, eventuais decretos seriam “um remédio constitucional”.

A acusação da PGR aponta que Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Além de prisão, o ex-presidente pode sofrer mais sanções da Justiça no período em que se tornar réu. Durante as investigações de que é alvo, Bolsonaro inclusive foi afetado com medidas cautelares.

Ele está, por exemplo, com o passaporte retido, e não conseguiu ir à posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro deste ano.

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