spot_img
sexta-feira, 14 março, 2025
More
    spot_img
    HomeBrasiliaApós derrubada em abrigo do DF, 14 cachorros seguem na rua; veja...

    Após derrubada em abrigo do DF, 14 cachorros seguem na rua; veja fotos

    -

    Duas semanas após a derrubada que matou um cão, feriu outro e deixou 14 desabrigados, em um local que funcionava próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante, a maioria dos animais ainda está na rua. Responsável pelos bichos, o cuidador Flávio de Souza, 44 anos, pede ajuda para encontrar interessados em adotá-los.

    Flávio é o criador do abrigo, batizado de Casinha Comunitária. Lá, viviam 15 cães; um morreu na derrubada do último dia 9 de junho, e outros dois foram doados. Assim, 13 animais precisam de um novo lar. Todos eles já são considerados adultos, o que dificulta a adoção. “A maioria das pessoas quer filhotes”, afirma o cuidador.

    O local onde o abrigo funcionava também era a casa de Flávio, que está desempregado e sem condições de pagar aluguel. Uma amiga que mora no Riacho Fundo I permitiu que ele more por lá de maneira temporária, e o homem aproveitou para levar consigo dois dos 13 cães desabrigados. Os outros 11, no entanto, seguem na rua.

    O tutor tem medo que os cachorros desapareçam antes de serem adotados ou de ele encontrar uma casa espaçosa o suficiente para alocar todos eles. “Uma cadela, a Nina, chegou a sumir nessa segunda-feira (17/6). Consegui encontrá-la, mas isso é muito perigoso”, conta.

    O cuidador vive angustiado com a situação. “Eu tenho dormido três, quatro horas por noite, no máximo. Viro para um lado e para o outro da cama, de coração partido, lembrando que eles estão na rua”, lamenta.

    “Eu já resgatei os bichinhos da rua e agora eles estão sem teto de novo. Isso é muito triste. A minha missão é dar um lar para todos eles e ficar em paz.”

    Donos do terreno se manifestam

    O abrigo Casinha Comunitária ocupava de forma irregular uma área pertencente à Terracap, mas que está cedida ao Centro Comercial e Cultural Park Nativo Ltda, empresa do ramo da floricultura. Os empresários ganharam junto à Justiça o direito de ocupar todo o terreno e desfizeram o espaço onde Flávio se mantinha com os cães, matando um dos animais e ferindo outro com uma paulada na cabeça.

    Advogado representante do Park Nativo Ltda., Bruno Flores afirma à reportagem que a empresa tem prestado todo o apoio necessário a Flávio. O defensor explica que os empresários se prontificaram a arcar, por um ano, com os custos do aluguel de um imóvel e com as despesas com os cães.

    Flávio confirma a assistência da empresa e acredita que os responsáveis estão empenhados em dar um lar para todos os cães. Ele relata, porém, que tem encontrado dificuldades para buscar um imóvel, dados os altos valores de aluguel. Assim, os cães seguem na rua. O advogado Bruno Flores afirma que segue acompanhando a situação de perto e estuda propor outro acordo financeiro.

    8 imagens
    1 de 8

    Cães estão desabrigados desde o último dia 9 de junho

    Material cedido ao Metrópoles

    2 de 8

    Eles estão vivendo próximo à UPA do Núcleo Bandeirante

    Material cedido ao Metrópoles

    3 de 8

    Todos já têm mais de 1 ano

    Material cedido ao Metrópoles

    4 de 8

    Cuidador precisa dar um lar a eles

    Material cedido ao Metrópoles

    5 de 8

    Flávio pede que interessados entrem em contato

    Material cedido ao Metrópoles

    6 de 8

    Dois dos cães, que precisam de maior atenção, estão na casa de uma amiga de Flávio

    Material cedido ao Metrópoles

    7 de 8

    Material cedido ao Metrópoles

    8 de 8

    Material cedido ao Metrópoles

    Uma década de dedicação

    Desde 2010, Flávio passou a dedicar a vida a criar e cuidar de cachorros. Ele, que é natural de Barras-PI e veio para Brasília em 2007 em busca de emprego, conta que começou de maneira despretensiosa. “Eu comecei a alimentar uns dois cães da minha rua, e as pessoas começaram a me dar alguns quilos de ração para que eu continuasse dando comida a eles”, relembra. “Eu dizia para mim mesmo: ‘Quando esse pacote de ração acabar, eu paro com isso’. O problema é que os pacotes nunca acabaram”, brinca.

    Em 2019, Flávio criou o Casinha Comunitária. A ideia inicial era castrar cachorros de rua e usar o espaço para dar atendimento pós-operatório, mas o local foi recebendo outros cães.

    Boa parte dos 15 cães que Flávio cuidava no abrigo que foi derrubado são de uma ninhada cuja mãe foi resgatada por ele. Em 2021, o cuidador encontrou uma cadela amarrada a um poste na Colônia Agrícola Vereda Grande, na região de Arniqueira, e viu que ela estava com a pata quebrada. Ele decidiu levá-la para casa, sem saber que o animal esperava por filhotes.

    Desempregado, Flávio tem o sonho de voltar a trabalhar, juntar dinheiro e montar um pet shop. “Também quero construir uma clínica, mantendo a ideia de dar atendimento pós-operatório para cães de rua recém-castrados”, projeta.

    Caso alguém tenha interesse em adotar os cães ou ajudar Flávio de outra forma, pode entrar em contato com o tutor por meio dos telefones (61) 99855-2002 e (61) 98173-2519. O cuidador também pode ser encontrado por meio dos perfis @flaviospets no Instagram e @flavio.pablo no Facebook.

    Related articles

    LEAVE A REPLY

    Please enter your comment!
    Please enter your name here

    Stay Connected

    0FansLike
    0FollowersFollow
    3,912FollowersFollow
    22,200SubscribersSubscribe
    spot_img

    Latest posts