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terça-feira, 14 janeiro, 2025
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    Após 3 condenações, veja próximos passos de julgamentos do 8/1 no STF

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    Após várias horas de sessão, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram, na noite dessa quinta-feira (14/9), o segundo dia de julgamentos dos primeiros quatro envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro. O STF condenou três dos réus, e o último deles ainda será julgado.

    A Corte considerou Thiago de Assis Mathar, o segundo réu, culpado e o condenou a 14 anos de prisão (por maioria). Já Matheus Lima de Carvalho Lazaro, terceiro julgado, acabou sentenciado a 17 anos de prisão por cinco crimes. Ele recebeu a mesma pena de Aécio Lúcio Costa Pereira, o primeiro da fila. Os três homens são os primeiros envolvidos na depredação da Praça dos Três Poderes a serem condenados pela Justiça.


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    A presidente da Corte, a ministra Rosa Weber, finalizou a sessão de quarta-feira antes que o quarto réu, Moacir José dos Santos, tivesse o caso apreciado. A data de retomada dos julgamentos segue sem definição e depende de ser pautado por Weber.

    A expectativa é de que a ministra paute o retorno da sessão para concluir o primeiro bloco de julgamentos ainda neste mês, pois Rosa Weber se aposenta até o fim de setembro. A posse de Luís Roberto Barroso na Presidência do STF, inclusive, está marcada para 28 de outubro.

    Como o Marco Temporal das terras indígenas está na pauta do Supremo na próxima semana, não é certo que a conclusão dos primeiros julgamentos ocorra até lá. Certeza é de que o voto nessas primeiras ações do 8 de janeiro é questão de honra para Rosa Weber.

    Após a conclusão desta primeira etapa, ainda não se sabe como o futuro presidente da Corte vai proceder para pautar os próximos julgamentos dos réus do 8/1. Rosa Weber, por exemplo, pautou sessões presenciais começando já pela manhã para analisar as primeiras quatro ações. Não é possível indicar se Barroso seguirá a mesma tendência.

    No total, deverão ser analisadas, pelo Plenário do STF, 232 ações penais contra réus acusados dos crimes mais graves praticados no 8/1.

    Como será o julgamento do quarto réu

    No retorno da sessão, será chamada a ação contra Moacir José dos Santos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) fará a apresentação sobre o caso dele, que responde, como os demais, por crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

    Depois da PGR, será a vez de a defesa apresentar argumentos e provas sobre o réu. PGR e defesa têm, cada qual, direito a até uma hora de fala.

    Após isso, fala o ministro-relator, Alexandre de Moraes, que apresenta seu voto. seguido pelo ministro-revisor, Nunes Marques. Logo depois, ocorrerá a votação a partir do ministro mais recente do STF, Cristiano Zanin, até chegar ao mais antigo na Corte, o decano Gilmar Mendes. O último voto é da presidente do Supremo, Rosa Weber.

    Moacir, que é o único do primeiro grupo a responder em liberdade até o momento, é acusado de depredação contra o Palácio do Planalto, onde salas e obras de arte acabaram destruídas. A defesa alega que ele entrou no Palácio do Planalto para se proteger de bombas de gás.

    Como foram os julgamentos

    Na manhã de quinta, os ministros do STF retomaram o julgamento de Aécio Lúcio Costa Pereira, iniciado no dia anterior. Haviam se manifestado somente acusação e defesa, além de procedida a leitura dos votos do relator, o ministro Alexandre de Moraes, e do revisor, Nunes Marques.

    Enquanto Moraes votou pela aplicação de pena de 17 anos e cinco meses, Marques seguiu entendimento de que o réu deveria ser condenado a 2 anos e 6 meses de reclusão, relativa aos crimes de deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e grave ameaça.

    A apreciação do caso foi retomada, nesta quinta (14/9), com a leitura dos votos do restante dos ministros. Seis deles seguiram o entendimento de Alexandre de Moraes de forma integral, formando, assim, maioria.

    Além de Nunes Marques, divergiram do relator os ministros Cristiano Zanin, que pedia condenação a 15 anos de prisão pelos cinco crimes; André Mendonça, com condenação a 8 anos de prisão por quatro delitos; e Luís Roberto Barroso, que pediu pena de 11 anos por quatro crimes.

    A sessão foi marcada pelo bate-boca durante o voto de André Mendonça. Moraes interrompeu o voto do ministro, após ele levantar dúvidas sobre a atuação do Ministério da Justiça e do governo em 8 de janeiro.

    “Querer dizer que a culpa é do Ministério da Justiça é absurdo. O (ex) ministro que o substituiu [André Mendonça] fugiu para os Estados Unidos e jogou o celular dele no lixo, e foi preso. E vossa excelência vem ao tribunal para dizer que houve conspiração do governo contra o próprio governo? Tenha dó”, disse Moraes.

    Mendonça rebateu, dizendo que não é advogado de ninguém. “Não coloque palavra na minha boca. Tenha dó, vossa excelência”, ressaltou.

    Veja o vídeo:

    2º e 3º réus

    Durante a tarde, os ministros do STF formaram maioria também para condenar o 2º réu pelos atos extremistas do 8 de janeiro. A Corte considerou Thiago de Assis Mathar culpado e o condenou a 14 anos de prisão.

    As divergências, nesse caso, também partiram dos ministros Cristiano Zanin, que pedia 11 anos de prisão pelos cinco crimes; André Mendonça, quatro anos de prisão pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada; e Luís Roberto Barroso, nove anos de prisão por quatro crimes.

    Em seguida, entrou em discussão o caso de Matheus Lima de Carvalho Lazaro, também envolvido nos ataques às sedes dos Três Poderes. O homem, assim como o 1º réu, recebeu pena de 17 anos de prisão por cinco crimes.

    Nesse caso, os ministros do STF votaram da seguinte forma:

    – Alexandre de Moraes (relator): 17 anos de prisão pelos cinco crimes
    – Nunes Marques (revisor): 2 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência
    – Luís Roberto Barroso: 11 anos e 6 meses por quatro crimes (todos menos a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito)
    – Cristiano Zanin: 15 anos de prisão pelos cinco crimes
    – Edson Fachin: 17 anos de prisão por cinco crimes
    – Luiz Fux: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
    – Dias Toffoli: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
    – Cármen Lúcia: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
    – Gilmar Mendes: 17 anos de prisão pelos cinco crimes
    – Rosa Weber (presidente): 17 anos de prisão pelos cinco crimes

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