A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta nesta semana para o risco de crescimento anormal de pelos (hipertricose) em bebês expostos ao minoxidil. O medicamento é amplamente utilizado para o tratamento de queda de cabelo.
Casos de hipertricose em bebês têm sido relatados em países da Europa, após o contato da pele com áreas onde o minoxidil foi aplicado. O crescimento dos pelos se normalizou após alguns meses da suspensão do contato com o medicamento.
No final de 2024, autoridades espanholas emitiram um alerta após a identificação de 11 casos de hipertricose em bebês cujos pais utilizavam minoxidil tópico (solução capilar, solução, solução spray, espuma, solução tópica, solução spray capilar).
A agência brasileira solicitou aos detentores do registro desses medicamentos que incluam nas bulas o risco de hipertricose em bebês após exposição tópica acidental ao minoxidil.
“Recomenda-se cautela para garantir que os bebês não entrem em contato com locais onde o produto foi aplicado”, orienta a Anvisa.
Profissionais de saúde devem orientar os pacientes a evitar que crianças tenham contato com as áreas onde o medicamento foi aplicado e lavar as mãos após a aplicação. Pacientes que utilizam minoxidil e têm contato frequente com crianças devem procurar um médico caso percebam um crescimento excessivo de pelos nas crianças.
O minoxidil é um medicamento anti-hipertensivo e vasodilatador que, quando aplicado na pele, pode estimular o crescimento de novos fios de cabelo. Ele é mais conhecido por ser usado no tratamento de calvície (tanto em homens como em mulheres), além de outras doenças dermatológicas, e é encontrado principalmente em soluções tópicas, em concentrações de 2% ou 5%.
A hipertricose pode ser causada por fatores externos (medicamentos), por doenças ou até síndromes genéticas. O sinal de aumento de pelos tem se mostrado um efeito colateral raro nesses casos, mas preocupante. Embora o minoxidil tópico seja considerado seguro para uso em adultos, a exposição de bebês à substância pode ter consequências. O medicamento é contraindicado para grávidas e lactantes.