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quarta-feira, 12 março, 2025
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    HomeSaúdeSP: quais são os riscos de usar furadeiras caseiras em cirurgias

    SP: quais são os riscos de usar furadeiras caseiras em cirurgias

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    O uso de furadeiras domésticas em centros cirúrgicos é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2008. Entretanto, uma denúncia de funcionários do Hospital Nossa Senhora do Pari, em São Paulo, expôs que a prática irregular foi realizada rotineiramente na instituição.

    No hospital, referência local em ortopedia e traumatologia, furadeiras são usadas para instalar pinos e placas nos ossos, como mostram as imagens as quais o Metrópoles teve acesso.

    Especialistas apontam que o uso de equipamentos inadequados coloca pacientes em risco de contaminação e de erro médico, uma vez que oferecem menor precisão.

    Risco aumentado

    Segundo as normas da Anvisa, as furadeiras comuns não possuem registro adequado e têm menos controles de rotação e temperatura, o que compromete o uso.

    De acordo com Paulo Henrique Fraccaro, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO), o uso de produtos inadequados pode causar danos irreparáveis.

    “A segurança do paciente deve ser sempre a prioridade. Escolher equipamentos baseados apenas no custo coloca a saúde das pessoas em risco. É fundamental que os hospitais sigam as normativas vigentes para garantir um atendimento seguro e eficiente”, afirma.

    Diferenças entre furadeira doméstica e cirúrgica

    Segundo Fraccaro, esses equipamentos não garantem precisão ou segurança. “Elas têm vibração excessiva, imprecisão durante o furo, podem soltar óleo do sistema interno de lubrificação e têm processo de esterilização arriscado”, explica.

    O uso indevido de furadeiras caseiras em procedimentos médicos pode acarretar em descargas elétricas e falta de controle na rotação da broca e levar a consequências graves, como necrose dos tecidos.

    As furadeiras cirúrgicas, ao contrário das domésticas, são projetadas para serem vedadas e facilmente esterilizadas. Elas possuem mecanismos de segurança, como controle de rotação e prevenção de superaquecimento, o que permite melhor precisão e segurança no uso durante os procedimentos.

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    Fiscalização

    O Hospital Nossa Senhora do Pari será investigado após a divulgação das imagens. Os vídeos também revelam infiltrações no teto e nas paredes do local. Procurado, o hospital afirmou que está “discutindo o assunto com o departamento jurídico” e que se manifestará publicamente em breve.

    A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) realizou uma inspeção no Hospital Nossa Senhora do Pari para apurar as denúncias.

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