Em um futuro próximo, o diagnóstico de Alzheimer pode se tornar mais rápido e preciso com a análise de apenas um pouco de sangue e muito antes dos primeiros sintomas aparecerem. O avanço no combate à doença foi apresentado em um estudo publicado nessa segunda-feira (22/1) na revista científica JAMA Neural por neuroquímicos da Suécia.
O novo método de análise apresentado pelos pesquisadores permite identificar com precisão inédita a proteína p-tau, que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer. A ciência acredita que são as aglomerações e emaranhados formados por essas proteínas que pressionam o cérebro e levam a inflamações do órgão, desencadeando os sintomas.
Os primeiros acúmulos de proteína podem aparecer até 20 anos antes dos sintomas da doença neurodegenerativa se tornarem evidentes.
Rastreio do Alzheimer
Os pesquisadores calibraram o exame para encontrar a p-tau217 circulando no organismo, indicando os acúmulos da proteína sem a necessidade de exames mais complexos e caros, como a tomografia cerebral e a punção lombar, que são usados atualmente para diagnosticar o Alzheimer.
O teste se tornou o mais preciso entre todos os disponíveis no mercado e teve resultados comparáveis aos de exames de maior complexidade.
Os testes de sangue usados atualmente são apenas indicativos — por serem imprecisos, não são usados para diagnóstico. Os exames mais definitivos, porém, são recomendados apenas para pessoas com parentes diretos com Alzheimer ou após o início dos sintomas.
Os sintomas de Alzheimer podem variar entre os pacientes, mas os problemas de memória — como perder a noção de datas, perder-se na rua, colocar coisas no lugar errado ou ter dificuldade em completar tarefas como tomar banho, ler ou escrever — são os sinais mais característicos da doença.
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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas
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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença
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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida
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Resultados do teste
O exame proposto pelos pesquisadores da Universidade de Gotemburgo foi testado com 786 voluntários, alguns com declínio cognitivo, outros não. Os resultados foram comparados com os de tomografias e punções. Em 80% dos casos, o exame de sangue foi capaz de fechar um diagnóstico definitivo.
Quando identificou a condição sem a necessidade de novas provas ou exames complementares, o teste de sangue foi 96% preciso no reconhecimento de proteínas beta-amilóides acumuladas (também presentes nos pacientes com Alzheimer) e 97% no da proteína tau.
Futuro do diagnóstico
A expectativa dos pesquisadores é que, no futuro, testes de sangue para detectar doenças neurodegenerativas sejam indicados a todos os adultos com mais de 50 anos como parte do check-up de rotina.
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