No meio de uma disputa judicial entre Brasil e Argentina há quase dois anos, o argentino Diego Hernan Dirísio, o “mestre das armas” é apontado como o maior contrabandista de armamentos da América do Sul, segundo a Polícia Federal (PF), que quer trazê-lo para o Brasil.
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O contrabandista está preso desde 2 de fevereiro de 2024. Ele foi detido junto com sua esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda, na Argentina. Dirisio é suspeito de ter vendido milhares de armas para as duas principais facções criminosas brasileiras, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), a partir de sua importadora de armamentos no Paraguai.
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Diego e Julieta: casal é suspeito de chefiar esquema de tráfico de armas
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Polícia Federal investigou Diego Hernan Dirisio e Julieta Vanessa Nardi Aranda
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Casal é suspeito de traficar armas para o PCC e CV
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Hernan Diego é alvo de operação do MPF da Bahia
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Diego Hernan Dirísio é suspeito de traficar armas para facções
Polícia Internacional
Ele e a esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda, de 41 anos, foram alvo de mandados de prisão e busca, no contexto da Operação Dakovo, da Polícia Federal (PF), em 5 de dezembro de 2023.
Após a prisão do casal na Argentina, a Justiça Federal da Bahia pediu a extradição dos criminosos, para que cumprissem a pena no Brasil. Desde então o processo está pendente de análise na Suprema Corte da Argentina.
A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a 2ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária da Bahia designou para o dia 25 de novembro de 2025 uma audiência de instrução com o casal de forma on-line. O encontro virtual visa realizar a oitiva arrolada pelo MPF e interrogatório dos réus.
A defesa dos criminoso alega que a audiência afronta os princípios da soberania nacional, alegando a afronta aos princípios da soberania nacional, da jurisdição estrangeira e do devido processo legal, em razão da pendência do processo de extradição junto à Suprema Corte Argentina e da negativa expressa das autoridades daquele país quanto ao cumprimento da carta rogatória anterior.
Quem é
Alvo de operação da PF em 2023, o argentino movimentou em torno de R$ 1,2 bilhão durante três anos no mercado ilegal de contrabando de armas.
Segundo as investigações, Dirísio é dono de uma empresa com sede no Paraguai que compra armas do leste europeu e consegue repassar esse armamento para criminosos através de um esquema que envolve empresas de fachada.
O início dessa investigação começou em março de 2020, quando uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu um carregamento de armas, carregadores e crack em uma carreta na rodovia BR-116, em Vitória da Conquista (BA).
Na época, um casal estava carregando 34 armas tchecas e duas croatas em uma carreta da marca Iveco. Chamaram a atenção a quantidade de armas e a nacionalidade do produto. O caso passou a ser investigado pelo MPF.


                                    
