Durante julgamento sobre pedido do filho de Cristian Cravinhos para anular a paternidade do condenado pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen junto do irmão Daniel Cravinhos, um dos ministros do STJ se referiu ao rapaz como: “Coitado”.
O filho de Cristian Cravinhos entrou com um processo de anulação da paternidade e teve resposta positiva da Justiça do Paraná, mas Cristian recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. A relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, leu seu voto pela negativa do recurso.
Enquanto Andrighi narrava os diversos casos de bullying sofrido pelo menino e as trocas de escola que precisou fazer, um dos ministros na Terceira Turma do STJ se solidarizou: “Coitado”.
“Constatada a inexistência do vínculo do pai registral, verifica-se a possibilidade de quebra do vínculo de paternidade ante o descumprimento do princípio. Deixei de mencionar aqui os fatos de bullying que ele passou na escola e quantas escolas ele teve que mudar depois que o fato aconteceu. Horrível”, disse a ministra, que também contou com a solidariedade do colega.
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Anulação
A Terceira Turma do STJ decidiu, nesta terça-feira (18/2), pela anulação de paternidade a um filho de Cristian Cravinhos.
Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen em outubro de 2002, está no Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo, e tenta o regime aberto. À época do assassinato, o filho de Cravinhos tinha 3 anos.
A Justiça do Paraná entendeu, anteriormente, que a anulação de paternidade era possível devido ao abandono do filho por Cravinhos. O jovem também havia pedido para a Justiça considerar que o crime teve repercussão em sua vida ao alegar ter sofrido forte preconceito devido aos atos do pai, mas não foi acatado.
No processo, o jovem pede a dissolução da paternidade e diz ter “vergonha” do pai. Em 2009, o rapaz conseguiu mudar seu sobrenome na Justiça. Agora enfrenta batalha judicial para revogar qualquer vínculo jurídico com Cristian Cravinhos.
De acordo com a ministra, Cravinhos não cumpriu com seus deveres paternos, seja prestando auxílio material ou emocional. A ministra ainda acrescentou que o jovem sofreu bullying durante a vida escolar e que anular a paternidade do pai é um desejo do próprio filho.