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quinta-feira, 13 março, 2025
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    HomeBrasilVídeo: “Conciliação é o grande desafio”, diz Barbalho sobre COP30

    Vídeo: “Conciliação é o grande desafio”, diz Barbalho sobre COP30

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    O governador do estado do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou ao Metrópoles Entrevista, na quarta-feira (12/3), que a agenda central do país deve ser a preservação ambiental associada à criação de oportunidades “verdes” para milhões de pessoas, sobretudo as que vivem na Amazônia.

    O governador está empenhado em preparar a capital Belém para receber mais de 190 delegações de países que participarão da Conferência das Partes (COP30), de 10 a 21 de novembro deste ano.

    “Nós temos que preservar a floresta, mas nós temos que lembrar que nós temos milhões de pessoas que vivem na região, que vivem e precisam sustentar as suas famílias. Esta conciliação é o grande desafio para que nós possamos efetivamente ter a preservação ambiental e cuidar das pessoas como a agenda central do nosso país. (…) Temos na Amazônia 29 milhões de pessoas que precisam ter oportunidade de empregos verdes”, afirmou Barbalho.

    Vídeo:

    A COP30 é um fórum internacional, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de direcionar esforços coletivos para reduzir os efeitos da crise climática, decorrente do aquecimento global. Também tem como meta unir esforços para adaptações diante dos cenários climáticos negativos. Um dos basilares do evento é o Acordo de Paris, no qual cada país assumiu compromissos com o objetivo de manter o aquecimento global em até 2°C, preferencialmente 1,5°C.

    Barbalho enxerga a COP como uma oportunidade para que Belém possa receber melhorias na infraestrutura, com investimentos das três instâncias do Executivo da ordem de R$ 5 bilhões.

    “Nós estamos implementando iniciativas e ações que possam deixar um legado para Belém, que possam trazer à cidade qualidade para a sua mobilidade urbana, por exemplo, com novos ônibus, com o transporte público digno para a população, investimentos em abastecimento de água, em tratamento de esgoto, em macrodrenagem”, afirma o governador.

    Barbalho também afirma que está investindo em capacitação, por meio de curso de formação, para atender às delegações de mais de 190 países que devem participar do evento em novembro.

    Capacitação

    A ideia do chefe do Executivo estadual é chegar a 100 mil cursos de capacitação, principalmente no segmento de hotelaria, para que o Pará se consolide como um destino turístico mais popular, e que os turistas desfrutem de uma “cidade bela, cercada de floresta, rios, da melhor gastronomia do planeta, de povos tradicionais, de povos indígenas, quilombolas, extrativistas e de muita gente boa”.

    Um dos desafios para a realização do evento, que tem se mostrado resiliente, é a disponibilidade de hospedagem. Com a escassez de imóveis disponíveis, os preços subiram consideravelmente. Como resposta, o governador afirma que trabalha com a preparação de escolas para acomodar estudantes, construções de hotéis que devem ficar prontos em setembro, além de outras estratégias.

    “Desde o primeiro momento, quando diagnosticamos as demandas apresentadas pelas Nações Unidas (ONU), nós apresentamos todas as soluções que pudessem atender aquilo que nos foi reivindicado de oferta de leitos. (…) No próximo dia 17 de março, portanto, daqui a quatro dias, nós estaremos fazendo a contratualização de 5 mil leitos em navios de cruzeiro, que estarão ancorados no porto de Belém, com navios absolutamente apropriados para ofertar leitos de alto padrão, que permitirão uma ampliação na escala de oferta”, adiantou ao Metrópoles.

    A escolha de Belém para sediar a COP30 foi oficializada no fim de 2023. A oportunidade para a cidade veio no contexto do terceiro mandato do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o interesse de retomar o protagonismo em âmbito internacional do Brasil.

    O bioma amazônico tem sido alvo de desmatamento, provocado, pelo menos em parte, por grileiros que tentam se apossar de terras públicas federais. Metade de toda a área queimada no Brasil em 2024 pertencia ao bioma, conforme a ONG MapBiomas, que contabilizou 17,9 milhões de hectares queimados.

    Barbalho tem falado que a COP30 é a “COP da floresta”. Perguntado pelo Metrópoles se o evento seria um encontro com foco na obtenção de financiamento para ações de mitigação e adaptação à mudança climática, o governador afirmou que são assuntos convergentes.

    “O que aponta o embaixador André Corrêa do Lago (presidente da COP30) é que os países desenvolvidos têm que financiar os países em desenvolvimento para que este desenvolvimento seja com práticas de redução de emissões. E aí o financiamento climático é fundamental para que nós possamos, por exemplo, viabilizar a transição energética”, sentencia Barbalho.

    O discurso do governador vai na mesma linha de uma carta divulgada por Lago na segunda-feira (10/3). No documento, o presidente da COP passa por vários pontos e enfatiza a necessidade de se chegar ao montante global de US$ 1,3 trilhão. Na última COP, em Baku, no Azerbaijão, já se falava da necessidade de um valor superior a US$ 1 bilhão, mas as cifras chegaram a apenas US$ 300 bilhões.

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    Helder Barbalho: Minha energia está focada e até o último dia de minha gestão

    Helder Barbalho diz que desafio é conciliar conservação e sobrevivência de mais de 29 milhões de pessoas
    Helder Barbalho
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    Governador do Pará, Helder Barbalho

    Hugo Barreto/Metrópoles

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    Helder Barbalho: Minha energia está focada e até o último dia de minha gestão

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    Helder Barbalho diz que desafio é conciliar conservação e sobrevivência de mais de 29 milhões de pessoas

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    Helder Barbalho

    Hugo Barreto/Metrópoles
    @hugobarretophoto

    “O ‘Mapa do Caminho de Baku a Belém para 1,3T’ deve servir como ponto de apoio para alavancar o financiamento para trajetórias de baixo carbono e de resiliência climática nos países em desenvolvimento”, escreveu Lago.

    Para o governador do Pará, o Brasil faz bem em promover a articulação e um chamado para que os países e as comunidades globais se envolvam no evento de novembro deste ano.

    “Inclusive nesta semana, o Brasil apresenta a primeira carta que significa a apresentação daquilo que o Brasil deseja fazer de chamamento e de articulação. E cabe isto ao país sede. Deve-se chamar todas as nações primeiro, para reafirmar os alertas”, diz Barbalho.

    Vídeo sobre alertas:

    Por fim, o governador diz que o estado tem como meta se tornar carbono neutro até o ano de 2030. O Brasil estipulou como limite o ano de 2035. Carbono neutro significa que as emissões de gases de efeito estufa, quando subtraídas da captura de carbono, equivalam a zero.

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