Home Brasil Vendidas como “ameaçadoras para o governo”, CPIs flopam em 2024

Vendidas como “ameaçadoras para o governo”, CPIs flopam em 2024

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O Congresso Nacional não tem visto, em 2024, Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) prosperarem. Vendidas como “ameaçadoras para governos”, só duas comissões foram instaladas neste ano. Uma delas foi a CPI da Braskem, que já encerrou, e outra é a CPI das apostas esportivas, que analisa possíveis manipulações de resultados de partidas de futebol.

Ambas foram instaladas no Senado. Neste ano, a Câmara dos Deputados não instalou nenhuma comissão dessa natureza, após algumas CPIs terminarem inconclusivas em 2023, ou seja, sem relatórios finais aprovados. Foi o caso da CPI que também investigou as apostas esportivas e da CPI que investigou o Movimento Sem Terra (MST).

Em meados de abril deste ano, quando entrou em rota de colisão pública com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ameaçou o governo de abrir até cinco CPIs na Casa. No entanto, a leitura feita na época por líderes é de que Lira usou a possibilidade de abrir comissões apenas como um alerta ao governo de que ainda tem “tinta na caneta”.

Uma das CPIs ventiladas na ocasião era para investigar o suposto abuso de autoridade dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo. Essa pauta específica não afetaria diretamente o governo, mas poderia causar uma maior evidência da oposição. No entanto, em 2024, as CPIs estão em baixa no Congresso.

A CPI da Braskem no Senado aprovou, em maio, o relatório final do senador Rogério Carvalho (PT-SE). O documento prevê o indiciamento de três empresas e de 11 pessoas por crimes ambientais. O colegiado investigou as causas do afundamento do solo de diversos bairros de Maceió, capital de Alagoas. O colegiado, no entanto, ficou sem destaques nos meses em que funcionou por tratar de um tema mais regional.

Além disso, as investigações não chegaram na esfera pública. O relatório não pediu o indiciamento de agentes públicos responsáveis pelo licenciamento ou fiscalização da mineração da petroquímica.

A CPI que analisa possíveis manipulações de resultados de partidas de futebol também não ganhou os holofotes até o momento. Instalada em abril, a comissão ainda não trouxe fatos relevantes novos sobre as acusações referentes a manipulações, e por isso, não se destacou.

Por causa da proximidade das eleições municipais de outubro, nenhuma CPI deve ser aberta mais neste ano, já que no 2º semestre o ritmo de atividades do Congresso vai ficar bem mais espaçado.


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CPIs precisam do aval de presidentes

Para serem instaladas no Congresso, as CPIs precisam de autorização dos presidentes para serem instaladas. Só depois da leitura do requerimento de abertura é que os colegiados podem funcionar, ou seja, os chefes de cada Casa precisam concordar com o funcionamento.

Há também necessidade de assinaturas mínimas para uma CPI poder ser autorizada por um presidente, seja na Câmara ou no Senado. O número mínimo necessário para instalar uma comissão é de 171 parlamentares na Câmara dos Deputados, e de 27 no Senado.

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