Um pastor é procurado por comandar um esquema de extorsão em Várzea Grande, em Cuiabá e no Rio de Janeiro. A reportagem apurou que o investigado é Ulisses Batista (foto em destaque).
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso (PJCMT), ele é o principal alvo da Operação Falso Profeta.
Líder religioso de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá, Ulisses está foragido, e a polícia suspeita que ele esteja escondido no Rio de Janeiro. O pastor é apontado como líder da facção criminosa e mentor do esquema.
Operação Falso Profeta
A operação realizada nessa quinta-feira (20/3), pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), cumpriu 30 ordens judiciais contra a organização envolvida no golpe.
Foram expedidos sete mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão. Também foi definido o bloqueio de contas bancárias que podem somar até R$ 1,5 milhão, e o sequestro de veículos e a proibição de atividades econômicas para empresas ligadas à facção.
De acordo com a corporação, o pastor obriga comerciantes a comprar galões de água exclusivamente do grupo criminoso e cobrava uma taxa ilegal de R$ 1 por unidade vendida.
Investigação
Segundo a polícia, as investigações tiveram início em 2024. O pastor é apontado como o mentor do esquema, denominado Projeto Água 20LT.
Os criminosos utilizavam um grupo de WhatsApp para monitorar as distribuidoras de água. No início, a abordagem era amigável, mas evoluía para ameaças e extorsão, com membros da facção indo pessoalmente até os comerciantes para impor regras.
Além disso, a facção operava um caminhão próprio para distribuição de água e mantinha uma empresa de fachada para lavar o dinheiro obtido com a extorsão. Parte dos lucros era enviada diretamente ao Rio de Janeiro.