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    HomeBrasilTrama golpista: Moraes marca interrogatórios do grupo de desinformação

    Trama golpista: Moraes marca interrogatórios do grupo de desinformação

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    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, marcou para o dia 24 de julho os interrogatórios dos réus do núcleo 4, acusados de atuarem em frentes estratégicas de desinformação para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

    Os interrogatórios serão realizados de forma virtual e serão conduzidos por um juiz auxiliar do gabinete de Moraes. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os integrantes do grupo teriam atuado com o objetivo de minar a credibilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral, além de tentar pressionar as Forças Armadas a se envolverem em um plano de golpe de Estado.

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    As audiências das testemunhas de defesa dos réus e de acusação da PGR foram concluídas nesta quarta-feira (16/7). No entanto, o material ainda não foi publicado devido a um pedido da defesa do réu Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal, que solicitou a oitiva do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jorge Antônio.

    Diante do pedido, a juíza auxiliar de Alexandre de Moraes, Luciana Sorretino, estabeleceu o prazo até às 20h desta quarta-feira para que a defesa do engenheiro apresente o ministro — que está no exterior — para ser ouvido. Caso isso ocorra, essa será a última oitiva de testemunhas do núcleo 4.

    Os réus respondem pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

    Dentre todos os acusados, o único que permanece preso é Marcelo Araújo Bormevet. A defesa solicitou que a penitenciária onde ele está detido seja intimada a providenciar a estrutura necessária para a realização do interrogatório.

    Veja quem faz parte do Núcleo 4

    • Ailton Gonçalves Moraes Barros – major da reserva do Exército. Segundo investigações, Barros e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, discutiram, em dezembro de 2022, um eventual golpe de Estado, no qual as Forças Armadas tomariam o poder no país. A conversa foi registrada em três áudios de posse da Polícia Federal (PF). Ailton foi candidato pelo PL a deputado estadual no Rio de Janeiro em 2022 e, durante a campanha, apresentava-se como “01 do Bolsonaro”.
    • Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército.  Segundo a PF, atuou diretamente com o ex-marqueteiro de Javier Milei, presidente da Argentina, para tentar descredibilizar as eleições brasileiras e apontar fraude nas urnas. O major teria coordenado a “produção e difusão de estudos que teriam identificado inconsistências nas urnas eletrônicas” do Brasil junto de Fernando Cerimedo.
    • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal. A pedido do PL, partido de Bolsonaro, elaborou, em 2022, um relatório que falava em supostas falhas nas urnas eletrônicas. Com base no documento, o partido defendeu que os apontamentos justificariam a anulação de parte dos votos computados.
    • Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército. Militar cedido à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão de Alexandre Ramagem, já réu no núcleo 1 da trama golpista analisada pelo STF. Teria usado ferramentas da Abin, como o First Mile, para disseminar informações falsas.
    • Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel do Exército. Almeida comandava o 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, com sede em Goiânia. Ele aparece em áudio divulgado pela PF com a sugestão de “sair das quatros linhas (da Constituição)” para viabilizar uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
    • Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército. Conhecido como “Velame”, ele é investigado na operação Contragolpe por atuar em um grupo de militares suspeitos de planejar uma operação para sequestrar e matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes (STF). Velame foi chefe de gabinete do general Mario Fernandes. Em conversa com o superior, defendeu uma ruptura democrática. “Quatro linhas da Constituição é o caceta”, disse em conversa.
    • Marcelo Araújo Bormevet – agente da Polícia Federal. Segundo a PF, fazia parte de um nucleo paralelo da Abin, no qual atuava como servidor e secretário de Planejamento e Gestão. Era um dos nomes de Ramagem na Abin. Deu ordens para um subordinado agredir um assessor do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

    Interrogatório

    Diferentemente do núcleo 1, os réus prestarão interrogatório de forma virtual. O primeiro a ser ouvido será Ailton Gonçalves Moraes Barros. Em seguida, os demais réus serão interrogados conforme a ordem alfabética.

    Todos os acusados deverão estar presentes na sessão virtual para responder às perguntas da Procuradoria-Geral da República (PGR) e, caso participem, dos ministros do Supremo. Os advogados poderão acompanhar os interrogatórios ao lado de seus clientes.

     

     

    Willian Carvalho de Menezes
    Willian Carvalho de Menezes
    Jornalista Profissional (0014562/DF) e fotojornalista com 20 anos de experiência na cobertura de fatos que marcaram o Distrito Federal e o Brasil. Atualmente estou à frente do portal Clique DF, onde combino meu olhar jornalístico com a sensibilidade da fotografia para informar com responsabilidade, profundidade e compromisso com a verdade.

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