Fechado em 2014, por conta de uma série de irregularidades, o Teatro Nacional Claudio Santoro reabriu em dezembro de 2023, após uma década de espera e investimentos. No entanto, três meses depois, a casa de espetáculos ainda enfrenta desafios, como a necessidade de ajustes estruturais e a ausência de uma programação contínua.
Enquanto isso, Brasília tem recebido espetáculos de grande porte em outros palcos, como Eu de Você, com Denise Fraga, que ocupou o Teatro UNIP em janeiro e fevereiro, e Virgínia, com Cláudia Abreu, que ficou em cartaz por um fim de semana na Caixa Cultural
De acordo com Felipe Ramón Rodríguez, Subsecretário do Patrimônio Cultural do Distrito Federal, a Sala Martins Pena ainda passa por um período de testes.
“[A obra] interferiu em absolutamente todos os aspectos [da Sala Martins Pena]. A gente está testando diversas linguagens, com bastante calma, testando todas as possibilidades”, declarou. Ele explica que apenas o canto lírico ainda não teve espaço no Teatro Nacional, o que deve ocorrer em abril. ele defende que, antes de abrir definitivamente a agenda, é necessário “conhecer a sala com profundidade”.
Apesar das reformas, alguns problemas persistem. Nesta semana, a Sala Martins Pena ficou alagada após o temporal que atingiu o Distrito Federal na última terça-feira (25/3). Imagens obtidas pela coluna Grande Angular, do Metrópoles, mostram diversas goteiras e o tablado encharcado durante a chuva. Para minimizar os danos à madeira do palco, baldes foram espalhados pelo espaço, mas não foram suficientes para conter a água.
“Até a angulação da arquibancada, onde foram instaladas as poltronas, mudou. Então, é um trabalho bastante minucioso de conhecimento da acústica, das varas, das coxias, dos camarins, dos banheiros, encanamentos, encanação… tudo muito delicado, que a gente tem feito com bastante cuidado”, completou.
Felipe Ramón Rodríguez
Apesar da situação, o subsecretário garante que há “muitos pedidos, muitos mesmo” de proponentes para sediar espetáculos na Sala Martins Pena. “A gente tem bastante coisa marcada para os próximos meses”, relatou.
A Orquestra Sinfônica de Brasília, hoje, atua como um espetáculo fixo às quintas-feiras e ainda conta com ensaios abertos ao público.
Como faz para marcar uma peça no Teatro?
Felipe Ramón Rodríguez explicou que os proponentes que desejam sediar uma peça no Teatro Nacional seguem a chancela da Lei Orgânica da Cultura, que estabelece o uso ordinário do bem cultural. Dessa maneira, é necessário protocolar um pedido, que será analisado e, “haja interesse público, cultural, mérito de todos os tipos”, o agendamento é realizado.
Não há custos, já que a unidade é a única da federação que não cobra para receber eventos culturais nos espaços da Secretaria de Cultura. “Inclusive, ele pode fazer a cobrança da bilheteria e a gente não cobra nem porcentagem. É uma maneira de profissionalizar e garantir a sustentabilidade financeira desse coletivo”, descreveu.
Apesar disso, a divulgação é feita pelos autores dos eventos, mas há possibilidade de apoio por parte do Teatro Nacional e da Secretaria de Cultura.
A atração mais recente do Teatro Nacional aconteceu no último fim de semana, com o musical do Paralamas do Sucesso, intitulado Vitral. Foram três dias de apresentações, com praticamente todos os ingressos vendidos. No entanto, a sessão de sexta-feira (28/3) precisou ser cancelada devido a problemas técnicos na Sala Martins Pena.
Aniversário de Brasília
Para o fim de semana do aniversário de Brasília, que começa na sexta-feira (19/4), a Secretaria de Cultura promete vários eventos e programações gratuitas no Teatro Nacional. A agenda ainda será divulgada, mas uma das atrações adiantadas pela pasta é da cia. Os Melhores do Mundo.