A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta terça-feira (18/2), pela anulação de paternidade a um filho de Cristian Cravinhos. Cristian foi condenado pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen. O filho de Cravinhos havia entrado com processo e conseguido anular a paternidade na Justiça do Paraná, mas Cristian recorreu ao STJ. A decisão foi unânime.
Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen em outubro de 2002, está no Complexo Penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo, e tenta o regime aberto. À época do assassinato, o filho de Cravinhos tinha 3 anos.
A Justiça do Paraná entendeu, anteriormente, que a anulação de paternidade era possível por conta do abandono do filho por Cravinhos. O jovem também havia pedido para a Justiça considerar que o crime teve repercussão em sua vida ao alegar ter sofrido forte preconceito devido aos atos do pai, mas não foi acatado.
No processo, o jovem pede a dissolução da paternidade e diz ter “vergonha” do pai. Em 2009, o rapaz conseguiu mudar seu sobrenome na Justiça. Agora enfrenta batalha judicial para revogar qualquer vínculo jurídico com Cristian Cravinhos.
O caso no STJ estava sob a relatoria da ministra Nancy Andrighi.
De acordo com a ministra, Cravinhos não cumpriu com seus deveres paternos, seja prestando auxílio material ou emocional. A ministra ainda acrescentou que o jovem sofreu bullying durante a vida escolar e que anular a paternidade do pai é um desejo do próprio filho.
Regime aberto
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) se manifestou, em janeiro, contra a progressão de pena de Cristian Cravinhos ao regime aberto.
A manifestação, assinada pelo promotor Gustavo José Pedroza Silva, aponta que Cravinhos ainda apresenta “traços disfuncionais de personalidade, caracterizados por rigidez emocional e controle excessivo”, de acordo com exame psicológico que avalia a personalidade, feito por ele.
Cristian Cravinhos demonstra dificuldade, ainda, em lidar com as emoções de forma espontânea, optando predominantemente por estratégias de racionalização e distanciamento emocional.