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terça-feira, 20 maio, 2025
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    STF julga denúncia da PGR contra militares e policial federal. Siga

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    A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou o julgamento, nesta terça-feira (20/5), para decidir se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado núcleo 3 da trama golpista que teria atuado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

    O ministro Cristiano Zanin deu início aos trabalhos às 9h47. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes leu o relatório das imputações de crime da PGR contra os 12 integrantes do núcleo 3.

    Ao terminar o relatório, Moraes frisou a negativa de adiar o julgamento por um pedido de Wladimir Soares, policial federal acusado de estar infiltrado na segurança de Luiz Inácio Lula da Silva, cujos áudios foram liberados pela Polícia Federal.

    Assista ao vivo:

    Moraes ressaltou que esses áudios não são analisados para recebimento da denúncia, nem no voto dele e só serão analisados em eventual ação penal. “O áudio não junta novos passos nos autos. A Procuradoria-Geral da República não habilitou a denúncia em relação a esse áudio. Então, esse áudio será analisado se eventualmente a denúncia for recebida. Ele não faz parte, nesse momento, da análise. Não faz parte da denúncia oferecida pela PGR, e não fará parte também da análise do meu voto, uma vez que foi juntado de forma extemporânea”, destacou.

    Claudia Sampaio Marques, subprocuradora-geral da República, disse que, com o julgamento de hoje, será possível ter uma “visão completa do conjuntos de fatos atribuídos ao grupo criminoso”. “Tudo foi feito para manter Bolsonaro no poder”, reforçou.

    “Tudo foi feito previamente planejado em detalhes, executando as ações que ele cabia para o sucesso do projeto golpista. A denúncia descreveu minuciosamente as ações de cada um dos acusados, identificaram os crimes que eles foram atribuídos, permitindo o exercício pleno do direito de defesa. Quem lê a denúncia tem a exata compreensão dos fatos em toda a sua dimensão”, completou.

    O núcleo 3

    O grupo é composto por 12 pessoas, entre elas militares da ativa e da reserva do Exército, além de um policial federal que aparece em áudios comentando bastidores da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Veja a lista:

    • Bernardo Romão Correa Netto;
    • Cleverson Ney Magalhães;
    • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
    • Fabrício Moreira de Bastos;
    • Hélio Ferreira Lima;
    • Márcio Nunes de Resende Júnior;
    • Nilton Diniz Rodrigues;
    • Rafael Martins de Oliveira;
    • Rodrigo Bezerra de Azevedo;
    • Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
    • Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros; e
    • Wladimir Matos Soares, policial federal.

    Fazem parte desse grupo, ainda, militares presos em novembro do ano passado, no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF), e que investigou suposto plano de monitoramento e assassinato de autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O plano ficou conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”.

    Os investigados foram denunciados pela PGR pelos mesmos crimes atribuídos aos demais envolvidos que se tornaram réus: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

    Ações táticas

    A PGR sustenta que todos os denunciados participaram do planejamento de ações táticas para viabilizar o plano golpista que visava manter Bolsonaro no poder, mesmo após o resultado das eleições de 2022.

    O julgamento da denúncia deve continuar na sessão da tarde, marcada para as 14h. Caso necessário, o julgamento será retomado na quarta-feira (21/5), a partir das 9h30.

    A análise do caso caberá aos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Eles decidem se os 12 denunciados pela PGR viram réus.

    Áudios

    Entre os denunciados pela PGR está o policial federal Wladimir Matos Soares, de 53 anos. Ele foi flagrado em gravações nas quais cita um grupo armado que teria como objetivo prender ministros do STF.

    Áudios obtidos e periciados pela Polícia Federal (PF) revelam que Soares revelou informações sobre a segurança do presidente Lula a servidores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Em relação ao STF, o policial federal chegou a afirmar em uma das gravações que haveria um grupo armado para prender ministros da Corte suprema. Ele chega a falar ainda que haveria disposição para uso de força letal e “matar meio mundo”.

    “Se as coisas mudarem lá pra frente, e por um acaso um desses ministros do STF forem ser presos, principalmente Alexandre Moraes”, diz em um dos trechos das gravações a que o Metrópoles teve acesso. Em outro trecho, ele sobe o tom.

    “O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente (Jair Bolsonaro) de colocar um diretor da Polícia Federal, o Alexandre Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele era aqui.”

    O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa de Wladimir Matos para se manifestar a respeito do caso. O espaço segue aberto.

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