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sexta-feira, 2 maio, 2025
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    HomeSaúdeSaiba como reduzir o risco de câncer mesmo após casos na família

    Saiba como reduzir o risco de câncer mesmo após casos na família

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    Quando vamos fazer um check-up, o médico normalmente pergunta se há casos de câncer na família. Embora de fato o histórico familiar aumente o risco da doença, ele não é determinante no surgimento de tumores.

    De modo geral, a predisposição hereditária é responsável por, no máximo, 10% dos diagnósticos. O restante decorre de alterações adquiridas no DNA celular, provocadas por hábitos cotidianos e exposição a elementos ambientais. Por isso, mesmo com casos na família de tumores, é possível reduzir os riscos.

    “O câncer surge a partir de alterações no DNA das células, que passam a receber instruções erradas para executar suas funções. Essas alterações podem ocorrer em virtude de maus hábitos de vida, além do que é herdado. Os fatores ambientais têm grande importância no desenvolvimento da doença”, explica o oncologista Ramon Andrade de Mello, que atende em São Paulo.

    Rastreamento precoce e exames genéticos

    Para reduzir o risco de ter câncer quando há casos na família, é importante reunir informações específicas sobre o histórico familiar. Nestes casos é preciso saber não só se há casos, mas com que idade os familiares de primeiro ou segundo grau foram diagnosticados e que tipo de câncer tiveram.

    Pessoas diagnosticadas antes dos 50 anos podem indicar influência genética mais significativa no surgimento do tumor. Os cânceres mais comuns nessa situação são o de mama, ovário e intestino.

    No caso do câncer de mama, alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 estão associadas ao aparecimento do tumor. Elas podem ser identificadas por exames genéticos que custam aproximadamente R$ 1 mil. Mesmo sem esta avaliação, é possível reforçar a prevenção.

    “De 5 a 10% dos casos de câncer de mama têm origens hereditárias como principal causa e outros 30% tem o fator hereditário combinado aos ambientais. Para mulheres com esse risco comprovado em exames, podemos tomar várias estratégias. A mais básica é um rastreamento precoce, a partir dos 25 anos, que deve ser feito com ressonância nuclear anual e, a partir dos 30, integrado com a mamografia”, afirma o oncologista e geneticista Rodrigo Santa Cruz Guindalini.

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    Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia

    O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia
    Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença
    Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso
    O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia
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    Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no Brasil

    Science Photo Library – STEVE GSCHMEISSNER, Getty Images

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    Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia

    miriam-doerr/istock

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    O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia

    SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images

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    Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença

    Getty Images

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    Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso

    getty images

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    O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia

    BSIP / getty images

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    No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapia

    iStock

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    O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constante

    Smith Collection/Gado/ Getty Images

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    O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgia

    Science Photo Library/GettyImages

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    O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapia

    Pexels

    Decisões antecipadas

    A prevenção do câncer quando há casos na família, porém, não depende apenas de conhecer os casos e fazer o correto acompanhamento médico. É preciso também cuidar de uma série de fatores, chamados ambientais, para reduzir o risco do desenvolvimento de tumores. Conheça os principais deles.

    Controle o peso

    A obesidade está ligada ao surgimento de diversos tumores, especialmente no sistema digestivo e em órgãos hormonais como mama e ovário. Mulheres obesas, por exemplo, têm até três vezes mais risco de câncer endometrial e 2,5 vezes mais chance de câncer renal do que pacientes com peso saudável.

    A gordura corporal favorece inflamações crônicas, que alteram o funcionamento das células e aumentam o risco de mutações — por isso, é importante se manter em uma faixa saudável de peso.

    Faça atividade física

    Os exercícios físicos regulares, além de manter o peso controlado, fortalecem o sistema imunológico. A presença ativa de células de defesa permite reconhecer e combater células tumorais precocemente, o que contribui para a redução do risco de desenvolvimento de cânceres em diversos tecidos.

    A prática de atividades físicas também contribui para o equilíbrio hormonal, controle do açúcar no sangue e diminuição de processos inflamatórios — fatores implicados no surgimento e progressão de tumores.

    Tenha cuidado com a alimentação

    Na dieta, é importante evitar alimentos ultraprocessados, carnes embutidas, doces industrializados e bebidas açucaradas. Escolher o que é ingerido ajuda a manter o intestino saudável e o organismo menos exposto a substâncias cancerígenas. Dietas ricas em vegetais, frutas e grãos inteiros são recomendadas.

    Não fume

    Fumar permanece como um dos fatores de risco mais relevantes para vários tipos de câncer, não apenas o de pulmão. As substâncias presentes no cigarro e no vape estão associadas ao surgimento de tumores em órgãos como bexiga, colo do útero e boca. O vape ou cigarro eletrônico também aumenta esse risco.

    Não beba

    O álcool também é considerado cancerígeno. Mesmo pequenas quantidades aumentam o risco de câncer de mama, fígado, intestino e garganta. Relatórios recentes indicam que não há uma dose segura para o consumo.

    Em uma recomendação feita em janeiro, o cirurgião-geral dos EUA, Vivek Murthy, defendeu até colocar informações nos rótulos das bebidas sobre os riscos de câncer. “O consumo de álcool foi ligado ao aumento do risco de pelo menos sete tipos diferentes de câncer, incluindo o de mama e os tumores de todo o aparelho digestivo, causando câncer de intestino, esôfago, laringe, fígado, boca e garganta”, afirmou Murthy.

    Controle problemas de saúde física e mental

    Doenças crônicas como diabetes, hipertensão e colesterol elevado formam um conjunto de alterações que favorecem o surgimento de câncer. “A resistência à insulina e o excesso de colesterol são determinantes. Os mecanismos podem ser diferentes para cada tipo de câncer, mas a disfunção metabólica descontrolada é o denominador comum para inflamações que, lá na frente, podem levar ao câncer”, explica Ramon.

    Problemas de saúde mental crônicos, como estresse, ansiedade e depressão, também podem aumentar o risco de câncer. Isso ocorre tanto pelos desajustes químicos no cérebro, quanto pelo fato de o equilíbrio psicológico fortalecer o corpo e contribuir para decisões conscientes.

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