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Rio: Lula sobe em palanque com Cláudio Castro e ignora tensão com Lira

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a Magé (RJ) para o evento de entrega de 832 moradias pelo Minha Casa, Minha Vida e subiu no palanque acompanhado do governador Cláudio Castro, do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e de oposição ao atual governo.

As falas de Lula no último ano têm sido de harmonia entre as gestões federal, estaduais e municipais. Na solenidade, o presidente disse ao prefeito Renato Cozzolino (PP) nunca ter perguntado de qual partido ele é.

Na semana passada, o petista afirmou, em evento em São Paulo, ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), também bolsonarista, que a parceria entre estado e União para a construção do túnel entre Santos e Guarujá é um “ato civilizatório”.

O discurso de Castro, vaiado pela plateia ao ser anunciado, refletiu o tom conciliador de Lula, que estava ao seu lado no momento: “Gostando ou não, estamos aqui e temos um compromisso maior, trabalhar por esse povo e juntos, independente de bandeira partidária ou política”. Na saída do governador do palco, o público xingou o nome de Bolsonaro.

Na ocasião, o petista evitou de fazer comparações diretas entre o seu governo e o anterior, mas manteve o foco nas eleições municipais deste ano.

“Uma pessoa com bom emprego, bom salário, não precisa do governo. Quem precisa é o povo mais humilde, que só é lembrado pelos políticos na época da eleição. Na época da eleição o pobre é a coisa mais importante da face da Terra, qualquer candidato xinga banqueiro, xinga empresário e fala bem do pobre. Mas na hora de governar, governa pelo empresário, pelo banqueiro, e o pobre fica esquecido. Por isso que eu voltei”, disse Lula.

Sem resposta a Lira

O presidente também evitou assuntos do momento, como a subida de tom do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), nessa segunda-feira (5/2) ao falar na abertura do Ano Legislativo.

No discurso, Lira apontou que o “orçamento é de todos e todas, brasileiros e brasileiras. Não é nem pode ser de autoria do Executivo, muito menos de uma burocracia técnica”.

Segundo o presidente da Câmara, as equipes técnicas da gestão federal não foram eleitas “para escolher as prioridades da nação, e não gastam a sola do sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós, senadores e deputados”.

“Não admitimos que sejamos criticados por isso. Quanto mais intervenções o Congresso fizer ao orçamento, mais o Brasil será ouvido”, argumentou Lira.

As palavras do presidente da Câmara são mais um dos desgastes na relação entre Executivo e Legislativo. Atualmente, outras duas questões tensionam os poderes: o corte do presidente às emendas parlamentares e a Medida Provisória (MP) da Reoneração.

Os dois assuntos serão pautados no Congresso Nacional a partir de agora, com o fim do recesso parlamentar.

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