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Recém-nascido recebe primeiro transplante parcial de coração do mundo

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Um recém-nascido dos Estados Unidos recebeu o primeiro transplante parcial de coração do mundo. Segundo os médicos, em relato publicado na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA), Owen Monroe nasceu em abril de 2022 com disfunção irreparável da válvula cardíaca.

Os pais da criança, Tayler e Nick Monroe, foram avisados que a criança precisava do transplante assim que ela nasceu.

“O tratamento de neonatos com disfunção irreparável da válvula cardíaca continua sendo um problema sem solução porque não há implantes de válvula cardíaca que cresçam. Portanto, esses pacientes estão comprometidos com trocas recorrentes de implantes até que recebam uma válvula de tamanho adulto que caiba”, destaca o documento publicado na última segunda-feira (2/1).

A nova técnica usada pelos médicos do Centro Médico da Universidade Duke não só fez com que as duas artérias do bebe funcionassem, como as fez crescer em conjunto com o coração. O procedimento foi realizado no 18º dia de vida de Owen. Um ano após a cirurgia, o bebê não tem mais limitações cardíacas e não sente mais efeitos colaterais de imunossupressores.

Além do sucesso do transplante parcial, os médicos descobriram que o procedimento exige cerca de um quarto da quantidade de medicação imunossupressora de um transplante cardíaco completo. Uma dosagem menor pode resultar na redução de efeitos colaterais sofridos pelo paciente.


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Transplante pode salvar mais de uma vida

O procedimento, realizado em dezembro de 2022, marca ainda a inovação de como um transplante parcial pode salvar mais de uma vida. Um paciente com válvulas saudáveis, mas que precisa de um músculo cardíaco mais forte, recebe o coração completo. Suas válvulas, porém, podem ser doadas a outro paciente necessitado.

De 2022 para cá, o procedimento de transplante parcial foi realizado 13 vezes — nove delas foram feitas pela equipe da Duke. Várias das operações foram de efeito dominó, onde mais de um paciente se beneficiou.

“Esta inovação acrescenta muito a toda a comunidade de doadores porque está tratando mais crianças ao mesmo tempo que honra os desejos dos pais doadores, altruístas, que deram o melhor presente”, afirma o médico Joseph W. Turek, primeiro autor do estudo e chefe de cirurgia cardíaca pediátrica da Duke.

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