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quarta-feira, 26 março, 2025
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    HomeSaúdeRabdomiólise: entenda doença que causou morte de jovem lutador de MMA

    Rabdomiólise: entenda doença que causou morte de jovem lutador de MMA

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    Jake Sendler, lutador australiano de MMA amador de 21 anos, morreu no último dia 13 de março após complicações de rabdomiólise, condição muscular rara associada ao esforço físico extremo.

    Dez dias antes, ele havia participado de uma luta contra Caleb William no evento Hex Fight Series. Após três rounds, Sendler passou mal e foi levado às pressas para um hospital em Melbourne, onde foi diagnosticado com a condição.

    A rabdomiólise provoca a destruição das células musculares, liberando substâncias tóxicas na corrente sanguínea que podem causar insuficiência renal.

    Relatos indicam que o atleta apresentou um comportamento errático durante a luta. No hospital, foi colocado em coma induzido, passou por diversas cirurgias e recebeu múltiplas transfusões de sangue, mas não resistiu.

    De acordo com o jornal britânico Daily Mail, uma fonte do meio das lutas afirmou que Sendler precisou perder entre sete e oito quilos antes da competição, o que pode ter agravado ainda mais o problema renal.

    A mãe do lutador, Sharone, contou que o filho vinha sentindo dores musculares intensas e notou que sua urina estava mais escura que o normal. No entanto, ele acreditava que os sintomas eram apenas reflexo dos treinos e não procurou atendimento médico.

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    Após três rounds, Sendler passou mal e foi levado às pressas para um hospital em Melbourne, onde foi diagnosticado com a doença

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    Jake Sendler, lutador de MMA amador de 21 anos com a namorada Angela Liu

    Reprodução/Instagram/jakeysend

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    Após três rounds, Sendler passou mal e foi levado às pressas para um hospital em Melbourne, onde foi diagnosticado com a doença

    O que é rabdomiólise?

    A rabdomiólise ocorre quando há uma lesão muscular intensa, resultando na liberação de substâncias tóxicas, como a mioglobina, na corrente sanguínea.

    “O principal sintoma é a dor muscular forte, que pode ser acompanhada de inchaço, rigidez e fraqueza, afetando grandes grupos musculares como coxas, costas e braços”, explica a nefrologista Flavia Gonçalves, do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.

    Conforme a doença evolui, outros sinais podem aparecer. “O paciente pode apresentar urina escura, com cor de Coca-Cola, devido à presença da mioglobina. Em casos mais graves, pode ocorrer insuficiência renal”, alerta a médica.

    O que pode causar a condição?

    A rabdomiólise pode ter diversas causas, sendo o esforço físico extremo uma das principais entre atletas.

    “Exercícios muito intensos, sem preparo adequado, aumentam o risco, assim como a desidratação, que dificulta a eliminação de toxinas pelo corpo”, explica a nefrologista Helen Siqueira, do hospital Anchieta.

    Além disso, o uso de algumas substâncias, como estatinas (medicamentos para colesterol), drogas recreativas e suplementos sem orientação podem agravar o problema.

    “A rabdomiólise gera alterações eletrolíticas, como hipocalcemia, hipercalemia e hiperfosfatemia. Nos casos mais graves, pode ocorrer lesão renal aguda grave, sendo em alguns casos necessária terapia renal substitutiva”, complementa o nefrologista Tiago Emanuel Mendes Costa, do Centro Brasiliense de Nefrologia e Diálise.

    A destruição das fibras musculares também libera potássio na corrente sanguínea, o que pode causar arritmias cardíacas graves. “Isso explica por que, em alguns casos, a rabdomiólise pode ser fatal”, explica Helen.

    Como prevenir?

    A prevenção passa por hábitos saudáveis de treino e hidratação. “É fundamental respeitar os limites do corpo, garantir pausas adequadas entre treinos e manter a hidratação constante”, orienta Flávia.

    Evitar treinos extenuantes sem preparação prévia e estar atento a sintomas como dor muscular intensa e urina escura também são medidas importantes.

    O tratamento depende da gravidade do caso. “Nos quadros leves, a hidratação intensiva pode ser suficiente para ajudar na eliminação das toxinas pelos rins. Mas, em casos graves, pode ser necessário internação e até hemodiálise”, explica Helen.

    Segundo a médica, a detecção precoce é essencial para evitar complicações e garantir a recuperação total do paciente.

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