De acordo com um estudo australiano, uma a cada três pessoas colocou em sua lista de desejos para 2024 a perda de peso. Porém, a meta costuma ser ousada e, um mês depois, muitos ficam frustrados com a lentidão do emagrecimento e a dificuldade em concordar com a balança. Mas, ao invés de desistir, você já parou para pensar se realmente deveria emagrecer tanto?
O endocrinologista Nich Fuller, da Universidade de Sydney, explica que, na verdade, não é necessário perder tanto peso quanto se imagina.
“Somos uma sociedade fixada em números. Portanto, não é surpresa que utilizemos medidas e equações para calcular o nosso peso, mas estabelecer metas de emagrecimento baseadas só em quilos é uma falácia e uma visão simplista”, alerta, em artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation.
O especialista revela que, em vez de emagrecimentos substanciais, de dezenas de quilos, vale mais a pena focar em uma perda de 5 a 10% da massa corporal para alguém com sobrepeso ou obesidade — essa diferença já é suficiente para melhorar significativamente a saúde.
Isso representaria uma perda de quatro a oito quilos para alguém com 80 kg, por exemplo. Ele explica que a mudança é o bastante para reduzir chances de ter colesterol alto, pressão alta, diabetes tipo 2 e dores nas articulações.
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Efeito sanfona é o termo utilizado para descrever um indivíduo que sofre perdas e ganhos de peso de forma recorrente. O comportamento alimentar traz riscos à saúde e consequências irreversíveis à pele
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Para perder quilos extras, algumas pessoas fazem restrições alimentares extremas que resultam, a longo prazo, no efeito oposto ao que se pretendia ter. Ou seja, passam a apresentar reganho de peso. Normalmente, esse reganho piora a composição corporal e a maior parte dos quilos volta em forma de massa gorda e não de massa magra
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Para não correr o risco de sofrer o efeito sanfona, a principal dica é evitar dietas extremas, procurar reeducar a alimentação e evitar pular refeições
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Além disso, manter-se longe de estresse e ansiedade também pode ajudar a controlar o apetite exagerado. Uma ótima dica é evitar frequentar lugares que cause sensações negativas e, se isso não for possível, aprender a lidar com elas de uma outra maneira
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Manter alimentação rica em proteína e produtos orgânicos, consumidos in natura, também é importante. Isso porque uma alimentação saudável pode gerar um organismo mais forte e menos suscetível ao efeito sanfona, segundo especialistas
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Controlar o consumo de açúcar é essencial para evitar o efeito sanfona. Além da ingestão excessiva gerar sérios problemas de saúde, o corpo pedirá mais açúcar e, caso não receba, começará a enviar sinais de abstinência. Consequentemente, o indivíduo entra em ciclo compulsório de fome e o desejo pelo consumo de doces aumenta
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Não tenha paranoias com a inclusão de carboidratos na dieta. Esses alimentos são ótimas fontes de energia e fornecem fibras, vitaminas e minerais para o corpo. O segredo é não exagerar
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Atividades que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, se exercitar ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida, envelhecer melhor e garantir massa magra para a manutenção do peso adequado
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Não avalie seu peso pelo IMC
Fuller lembra ainda que um dos padrões mais usados para definir metas, o índice de massa corporal (IMC, uma razão do peso pela altura), é supervalorizado pelo público e sua eficácia vem sendo discutida pela comunidade científica nos últimos anos.
“Ele não deve ser usado como única referência, uma vez que desconsidera a distribuição de gordura corporal e ignora fatores de etnia, idade e sexo”, completa o endocrinologista.
Se concentrar em perder 5% do peso já seria bastante efetivo por respeitar as condições de cada um e colocar a meta em um nível que pode ser atingido sem precisar buscar soluções mágicas que vão além do que todos sabem que funciona: comer menos e se exercitar mais.
“Muita gente que emagrece acaba enfrentando o efeito sanfona e recuperando os quilos perdidos. Por isso, em vez de um processo agressivo focado só em quilos, foque no longo prazo, com períodos de manutenção do peso intercalados com fases de emagrecimento gerenciável. O plano ajuda a fazer com que os hábitos mudem para toda a vida e não sejam revertidos no futuro”, conclui Fuller.
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