A Prefeitura de Tubarão, em Santa Catarina, ingressou na Justiça contra Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como “Fátima de Tubarão”, por uma dívida de três anos de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Entenda
- Conhecida por levar o nome de Tubarão (SC) para o “mundo”, em referência ao estado que reside, o município ingressou na Justiça para que dona Fátima pague o IPTU atrasado.
- Justiça não encontrou valores financeiros nas contas bancárias da Fátima de Tubarão.
- Ela está em regime fechado cumprindo 17 anos de prisão proferidos pelo STF.
Condenada a 17 anos de prisão por participação nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Fátima ficou conhecida após aparecer em um vídeo afirmando que estava “quebrando tudo” e que “pegaria o Xandão”, além de ter defecado no banheiro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a prefeitura, Fátima deve parcelas de IPTU referentes aos anos de 2005, 2006 e 2007, que hoje totalizam aproximadamente R$ 6,3 mil.
Inicialmente, os valores variavam entre R$ 199 e R$ 229,38 por parcela, mas com correções, multas e juros a dívida aumentou significativamente.
Desde 2011, o município e a Justiça enfrentam dificuldades para cobrar o valor, já que não foram encontrados bens ou recursos em nome da “Fátima de Tubarão”. A prefeitura solicitou a penhora de valores caso sejam localizados em suas contas bancárias.
Presa desde 27 de janeiro de 2023, em Criciúma (SC), após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), Fátima foi condenada em novembro do ano passado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Até o momento, ela ainda não ingressou no regime semiaberto.
O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa dela. O espaço permanece aberto para manifestações.
Quem é
Natural de Tubarão, Fátima tem múltiplos perfis em redes sociais, nos quais expressa apoio a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições presidenciais de 2022.
Além dos atos de vandalismo e incitação à violência, Fátima acumula histórico criminal. Em 2014, ela foi condenada a 3 anos, 10 meses e 20 dias de prisão no regime semiaberto por tráfico de drogas.
Na ocasião, foi flagrada por policiais militares enquanto se comunicava com um usuário de entorpecentes. A abordagem levou à apreensão de pedras de crack com um adolescente que saía da casa dela.
Fátima alegou que apenas alugava quartos para obter renda, mas as autoridades confirmaram o envolvimento direto na atividade criminosa.
Ela utilizou documentos falsos para obter linhas telefônicas em nome de outra pessoa, causando prejuízos à vítima que recebeu cobranças indevidas.
