A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) deflagrou uma operação, nesta sexta-feira (21/3), para combater o desvio de armamentos e de munição obtidos legalmente por Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs).
O principal alvo da operação, Renan Rangel Pinheiro, foi preso por suspeita de comprar e repassar os itens a facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Durante a ação, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em Sampaio, na Zona Norte; em Campo Grande, na Zona Oeste; e na capital fluminense. Ao todo, os agentes apreenderam cinco pistolas, um revólver, três fuzis, centenas de munições de diversos calibres, acessórios para armamentos e um Jeep Compass clonado.
As investigações da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) relevaram que Renan se aproveitada da condição de CAC para comprar, em larga escala, armas de fogo, balas e acessórios bélicos.
O inquérito mostrou que, entre 2020 e 2024, o suspeito teria movimentado mais de R$ 600 mil em compras de munições e acessórios para fuzis. O valor seria incompatível com a renda declarada por ele, o que levantou fortes indícios de atividade ilícita, segundo a PCRJ.
Um dos pontos que mais chamou a atenção dos investigadores foi o volume expressivo de compras feitas por Renan, especialmente entre 2022 e 2023, quando ele adquiriu cerca de 125 carregadores de fuzil, 40 carregadores de pistola, além de 60.650 balas, o que demonstrou um padrão de consumo atípico para fins esportivos ou de coleção.
Além disso, o suspeito é investigado em São Paulo por possível envolvimento na compra de balas desviadas de um loja de armas, o que reforçou as suspeitas dos investigadores de atuação dele em um esquema de abastecimento ilegal de armamentos.