O novo episódio do podcast Cinema Brasileiro aborda um dos filmes mais cultuados do país. Limite, produção de Mário Peixoto lançada em 1931, é alvo de uma experiência do diretor e produtor Lino Meireles e do professor Ciro Marcondes.
Ícone do cinema experimental e mudo nacional, Limite já foi, diversas vezes, eleito o melhor filme brasileiro de todos os tempos. No podcast, os dois convidados gravam uma trilha comentada da produção, cena a cena.
“Vi Limite pela primeira vez em sala de aula. Achei chatíssimo. Por mais de 10 anos, até tive a impressão de que era um filme de três horas de duração”, comenta Lino Meireles. “O filme está no YouTube e já existe muito escrito sobre ele, mas a oportunidade de oferecer uma trilha de comentário que acompanha o filme me pareceu algo muito útil a ser acrescentado à discussão”, completou.
Ciro Marcondes elogia a experiência e entende que é uma forma de valorizar ainda mais a obra.
“Conhecer um pouco mais sobre o contexto técnico do filme, a história do diretor, Mário Peixoto, e, é claro, a dimensão interpretativa do filme ajuda a desvendar os mistérios que cercam essa produção tão enigmática do cinema brasileiro”, comenta o professor.
Filme enigmático
Limite virou um mito do cinema nacional, tanto pelo sucesso quanto pela polêmica que causou. O longa ganhou restauração em 2011, por meio de uma parceria entre a Cinemateca Brasileira e a World Cinema Foundation, organização de Martin Scorsese.
Em 2007, Walter Salles (Central do Brasil e Ainda Estou Aqui) apresentou uma versão restaurada do filme em Cannes. De acordo com o diretor, “Mário Peixoto era um mestre do cinema poético”.
O longa mostra duas mulheres e um homem que relembram o passado, em um barco à deriva. Uma das mulheres escapou da prisão; a outra estava desesperada; e o homem tinha perdido sua amante. Cansados, eles param de remar e se conformam com a morte.
