O casal de influenciadores Paulo César Dias e Karine Gouveia, donos de uma clínica de estética em Goiânia, está sendo acusado de usar produtos proibidos em pacientes. Segundo a denúncia, estão sendo aplicados óleo de silicone e polimetilmetacrilato (PMMA) — o preenchedor é famoso e proibido para uso estético pela Anvisa.
O PMMA é uma substância plástica usada para fazer preenchimento. Porém, ao contrário do ácido hialurônico e do colágeno, o polimetilmetracrilato não é absorvido pelo corpo e pode ser atacado pelo sistema imunológico.
“Existem várias considerações negativas bem documentadas sobre o uso do PMMA. Ele pode causar a formação de nódulos, inflamações, infecções e comprometer o sistema vascular, tudo em resultados indesejados e irreversíveis. Também podem ocorrer complicações mais graves, como a insuficiência renal e até o óbito pelo uso do produto”, explicou a cirurgiã plástica Maria Roberta Martins, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) em entrevista anterior ao Metrópoles.
Depois de aplicado, o PMMA pode migrar dentro do corpo e atingir áreas importantes, como os nervos, por exemplo. Infecções e inflamações são comuns em pacientes que recebem o preenchedor — muitas, como no caso da clínica goiana, sequer foram informadas que o produto seria aplicado.
O PMMA é conhecido por causar deformações nas pacientes, necrose da pele, infecção renal, cegueira, embolia pulmonar, deterioração do sistema cardiovascular e até a morte, desencadeada por infecções graves. É difícil retirá-lo: além de não ser absorvido, ele gruda como cola em ossos e cartilagens, tornando quase impossível a remoção.
O óleo de silicone também é considerado perigoso, uma vez que o corpo não reconhece a substância e, para lidar com ela, cria nódulos e abcessos. O líquido pode migrar para outras partes do corpo, criando inflamações e infecções. Como o PMMA, pode levar à morte. A retirada também é complicada, pois o óleo se espalha e pode ser necessário retirar pele e músculos contaminados.
Segundo a denúncia, mais de 70 pacientes do casal goiano foram deformadas após o preenchimento. A Polícia Civil afirma que a clínica só tinha licença para realizar procedimentos minimamente invasivos, mas vinha fazendo intervenções arriscadas com uso de materiais e equipamentos inadequados.
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