Nas últimas semanas, o quadro de saúde do papa Francisco, 88, tem gerado preocupação ao redor do mundo. O pontífice sofre com problemas respiratórios, como pneumonia bilateral e insuficiência respiratória. Apesar do religioso ter condições pulmonares desde jovem, a idade também pode contribuir para o agravamento das doenças.
“Ao envelhecer, a nossa capacidade pulmonar diminui. Ganhamos volume até os 20, 25 anos e, depois, passamos o restante da vida perdendo”, explica o pneumologista Renato Calil, da Hapvida.
Com o passar do tempo, o pulmão sofre mudanças naturais que dificultam a respiração. Nesse processo, a parede torácica fica mais rígida, dificultando a expansão dos pulmões, e a força dos músculos respiratórios diminui, podendo afetar a capacidade de tossir e limpar as vias aéreas.
O tecido pulmonar perde elasticidade, tornando a respiração menos eficiente. Tudo isso faz com que os idosos tenham mais dificuldade para respirar e fiquem propensos a doenças pulmonares.
Além da diminuição da capacidade pulmonar, outro fator pode tornar os idosos mais vulneráveis a problemas respiratórios. “O envelhecimento do sistema imunológico, também conhecido pelo termo imunosenescência, está associado ao progressivo declínio da função imunológica que torna os idosos mais suscetíveis a infecções”, afirma a geriatra Gabrielle Beltrão, do Hospital Brasília.
Doenças respiratórias mais frequentes e perigosas em idosos
- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): doença pulmonar que obstrui as vias aéreas, tornando a respiração mais difícil, além de ser bastante comum em fumantes.
- Pneumonia: infecção que se instala no pulmão, podendo se tornar grave em alguns casos.
- Gripe e resfriados: apesar de serem considerados menos graves, podem ser mais fortes em idosos.
- Apneia do sono: interrompe a respiração durante o sono e afeta a qualidade de vida.
Fatores e doenças pré-existentes agravam problema
Alguns hábitos do dia a dia de uma pessoa idosa podem acentuar a vulnerabilidade respiratória. A exposição frequente ao tabagismo danifica os pulmões e aumenta o risco não só de doenças pulmonares graves, como também de problemas cardiovasculares.
Além disso, o sedentarismo enfraquece os músculos respiratórios e a capacidade pulmonar, agravando ainda mais o problema.

A poluição também pode ser apontada como um fator externo que contribui para a piora da saúde respiratória. Ao inalar diversas substâncias tóxicas no meio ambiente, idosos podem sofrer com inflamações e doenças crônicas, como enfisema, asma e broncopatias inflamatórias.
Já para quem tem doenças pré-existentes como hipertensão e diabetes, a atenção deve ser redobrada a qualquer sinal estranho no organismo. “As duas condições, além da idade, agravam os quadros respiratórios porque já impactam o sistema imunológico, que é a defesa do nosso organismo, e também comprometem o sistema cardiovascular”, afirma Calil.
Como fortalecer o sistema respiratório
Algumas mudanças básicas ajudam a manter os pulmões saudáveis e reduzir o risco de complicações. Entre as principais atitudes devem estar a prática regular de atividades físicas, além de abster-se do tabagismo e evitar a exposição à poluição.
“Também é importante manter o esquema vacinal atualizado e sempre ter alimentação saudável, evitando quadros de desnutrição ou obesidade. Esses hábitos auxiliam na manutenção de uma boa saúde e consequentemente aumentam as chances de prognósticos respiratórios favoráveis”, ensina Gabrielle.
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