A Polícia Civil do Maranhão identificou Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como a principal suspeita de envenenar três pessoas de uma mesma família com um ovo de Páscoa. O Metrópoles conversou com Manoel Almeida Neto, delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, que explicou o que levou ao reconhecimento da suspeita.
Jordélia foi presa na quinta-feira (17/4) em um ônibus intermunicipal. Informações preliminares indicam que ela é ex-namorada do atual companheiro de uma das vítimas.
O ovo de Páscoa envenenado foi entregue na casa de Mirian Lira, de 32 anos, mãe de Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, e de Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13. Os três comeram o chocolate, passaram mal e foram internados em estado grave. Luís Fernando, no entanto, não resistiu e morreu logo depois de chegar ao hospital.
Manoel Almeida contou que a investigação teve início depois que a Polícia Civil foi informada pela Polícia Militar a respeito da morte de Luís Fernando e da internação da mãe e da irmã da criança.
“Nós começamos a diligência nessa mesma manhã, e a gente tinha alguns caminhos. Começamos a montar esse quebra-cabeça porque a gente tinha alguns caminhos que poderia identificar esse autor, diante do que a gente conheceu até então”, contou o delegado-geral à reportagem.
“Por exemplo: a gente sabia que tinha sido um mototáxi que tinha entregue um chocolate, o qual se suspeitava que esse alimento estava envenenado. Nós tínhamos esse caminho a seguir aí e também o tipo, a espécie desse chocolate, a marca dele, para que a gente pudesse ir nas lojas onde revende, para que a gente pudesse começar a fazer esse levantamento”, explicou.
Manoel Almeida informou que o atual companheiro de Mirian Lira e o pai das crianças foram apontados como suspeitos, mas as investigações foram avançando até a identificação de Jordélia Pereira Barbosa
“A partir de parentes da vítima, da pessoa com quem ela estava se relacionando. E também conhecemos a história do seu ex-marido, pai das crianças, os quais, logo de início, a gente começou a interrogá-los, a entrevistá-los, e a partir dessas informações a gente começou a obter mais dados que poderiam apresentar uma terceira pessoa aí como possível envolvida. E aí foi que a gente identificou a Jordélia e começou a fazer esses levantamentos”, esclareceu o delegado-geral.
A Polícia Civil prendeu a suspeita após ser localizada em um ônibus intermunicipal que saiu de Imperatriz e tinha como destino a Santa Inês, cidade onde ela mora. Com ela, foram localizados objetos que a ligam ao crime.
“Foi apreendida a peruca — ela foi detectada no vídeo comprando chocolate no interior da loja. Foi apreendido um crachá, com um nome falso, com o qual ela se identificou no hotel. […] Foi apreendida também ainda uma substância com a qual parece muito com o que popularmente se chama de “chumbinho”, que é um veneno usado para ratos, normalmente”, destacou.
Ainda segundo o delegado-geral, a linha de investigação tem apontado que uma das motivações do crime teria sido ciúmes do atual companheiro de uma das vítimas, e ex-namorado da suspeita.
“O que hoje leva a gente a acreditar é que é essa questão mesmo de vingança, de ciúme, em razão da vítima hoje ter um relacionamento com a pessoa que, no passado, teve relacionamento com a Jordélia.”
Na última sexta-feira (20/4), a Justiça do Maranhão decretou a prisão preventiva de Jordélia Pereira Barbosa. Ela estava detida em Santa Inês, mas foi transferida para São Luís, capital do estado.