A oposição ao governo Lula na Câmara orientou as deputadas a usarem batons como maneira de protesto ao Supremo Tribunal Federal (STF). A mensagem, obtida pelo Metrópoles, foi encaminhada pela líder da oposição na Casa, Carol de Toni (PL-SC, foto em destaque), após o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Corte, nesta terça-feira (25/3).
A mensagem orienta os deputados de oposição sobre os discursos que serão trabalhados pelo grupo: “Caso Bolsonaro: serão dois dias de julgamento, uma perseguição política clara contra o ex-presidente. Caso Débora: é inaceitável que, em uma semana dedicada a temas da mulher, dois ministros tenham votado para condenar Débora a 14 anos de prisão, um sinal do autoritarismo judicial que enfrentamos”, diz o texto.
A deputada faz referência ao caso de uma mulher que está sendo julgada no STF por pichar na estátua da Justiça a frase “perdeu, mané”, no contexto do 8 de Janeiro, além de quatro outros crimes.
A eventual condenação da bolsonarista, que pode pegar 14 anos de prisão por todos os crimes, vem sendo utilizada por aliados do ex-presidente para denunciar uma suposta perseguição da Corte.
Dessa forma, a mensagem da oposição às deputadas sugere: “Parlamentares que forem falar sobre o caso Débora poderão segurar um batom como símbolo”. Caroline de Toni também pediu às colegas que exijam “que a líder da bancada feminina se posicione” sobre o julgamento e a eventual condenação da bolsonarista. “Onde está a defesa das mulheres que tanto pregam?”, questionou.
A deputada também pediu uma “foto conjunta dos parlamentares segurando batons, como símbolo da mobilização da direita” e afirmou que encaminhará “ofícios à liderança da bancada feminina e ao Ministério das Mulheres cobrando providências”.
Julgamento de Bolsonaro
Nesta terça, a Primeira Turma do STF começou a julgar se aceita ou não denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados em ação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).