Representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) em julgamento de denúncia contra o chamado núcleo 3 de suposta trama golpista, a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, voltou a frisar que o grupo atuou em conjunto com os outros denunciados, de maneira organizada para tentar destituir o presidente eleito.
Marques ressaltou diante dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que “tudo foi feito para manter Bolsonaro no poder”.
A subprocuradora-geral da República acrescentou que, com o julgamento desta terça-feira (20/5), será possível ter uma “visão completa do conjuntos de fatos atribuídos ao grupo criminoso”.
Ela ressaltou em sua manifestação que “tudo foi feito previamente planejado em detalhes, executando as ações que cabiam para o sucesso do projeto golpista”. A denúncia da PGR descreve minuciosamente as ações de cada um dos acusados. Pelo documento, fica exposto que os denunciados tentavam criar um clima para o golpe de estado.
“Era necessário que acontecesse um fato que causasse um grande impacto social, uma situação de caos que mobilizasse as massas no sentido de apoiar o golpe. A ideia era realizar o sequestro, a prisão e até mesmo a morte de autoridades que desempenhavam papéis relevantes na estrutura do estado, entre eles o presidente eleito e o seu vice”, ressaltou a PGR.
Integrantes do núcleo 3
O núcleo 3 é composto por 12 pessoas, entre elas militares da ativa e da reserva do Exército, além de um policial federal que aparece em áudios comentando bastidores da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Veja a lista:
- Bernardo Romão Correa Netto;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
- Fabrício Moreira de Bastos;
- Hélio Ferreira Lima;
- Márcio Nunes de Resende Júnior;
- Nilton Diniz Rodrigues;
- Rafael Martins de Oliveira;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros; e
- Wladimir Matos Soares, policial federal.
Planejamento prévio
Para a PGR, tudo foi feito “previamente, planejado em detalhes e o núcleo 3 aderiu aos objetivos do grupo, executando as ações que lhes cabia para o sucesso do projeto golpista”.
A subprocuradora ainda defendeu que a denúncia “atendeu as exigências legais e está embasada e consistente com acervo probatório, documentos, provas técnicas e depoimentos”.
