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Musculação pode prevenir demência em idosos, mostra estudo brasileiro

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Os benefícios da musculação para o corpo já são bastante conhecidos. Entre eles, estão a diminuição da gordura e o aumento da massa muscular. No entanto, um novo estudo mostra que os exercícios de força podem ser ainda mais vantajosos na terceira idade.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, descobriram que pegar peso pode proteger o cérebro de idosos contra doenças relacionadas ao declínio cognitivo, como a demência.

O estudo publicado na revista científica GeroScience, em 2 de janeiro, contou com a participação de 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve (CCL), um quadro intermediário entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer. O CCL é caracterizado por um declínio cognitivo maior do que o esperado para a idade, mas que ainda não interfere significativamente nas atividades diárias do paciente.

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O Parkinson, o Alzheimer e a demência são doenças neurodegenerativas que afetam principalmente a população idosa. As condições são progressivas e, com o passar do tempo, o paciente torna-se mais dependente do cuidado de terceiros

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É comum que, no estágio inicial, os sintomas sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento. No entanto, familiares e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais

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Também é importante buscar ajuda de médicos, pois quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de controlar o caso e retardar o avanço das doenças, bem como aumentar a qualidade de vida dos pacientes

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O Parkinson provoca a morte de neurônios que produzem dopamina e desempenham papel importante no sistema locomotor. Os homens são os mais acometidos

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Os familiares do paciente devem ficar atentos aos primeiros sinais de lentidão, rigidez muscular e tremores frequentes, que são mais característicos desta condição

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O Alzheimer, por sua vez, afeta mais a população feminina. Ele provoca a degeneração e a morte de neurônios, o que resulta na alteração progressiva das funções cerebrais

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As consequências mais recorrentes são o comprometimento da memória, do comportamento, do pensamento e da capacidade de aprendizagem

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A demência é progressiva e os sintomas iniciais bastante conhecidos: perda de memória e confusão são os mais comuns. A condição atinge até 25% das pessoas com mais de 85 anos no Brasil

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Problemas na fala e dificuldade em tomar decisões também estão entre os sinais. Porém, há outros indícios sutis que podem alertar para o desenvolvimento de alguns tipos de doenças degenerativas

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Problemas de visão: um estudo feito no Reino Unido pela UK Biobank mostra que pessoas com degeneração macular relacionada à idade têm 25% mais chance de ter demência

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Perda auditiva: pode estar ligada a mudanças celulares no cérebro. Mas a perda de visão e audição pode levar o idoso ao isolamento social, que é conhecido há anos como um fator de risco para Alzheimer e outras formas de demência

Agência Brasil

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Mudanças de humor: pessoas com quadros iniciais de demência param de achar piadas engraçadas ou não entendem situações que costumavam achar divertidas e podem ter dificuldade de entender sarcasmo

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Problemas na gengiva: pesquisas apontam que a saúde bucal está relacionada a problemas mentais e pode estar ligada também à diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto, obesidade e alcoolismo — todos também são fatores de risco para a demência

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Isolamento social: o sintoma pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. A falta de paciência com amigos e familiares e a preferência por ficar sozinho podem ser sinais de problemas químicos no cérebro ou falta de vitaminas

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Outros sinais que podem indicar doenças neurodegenerativas, são: desinteresse pelas atividades habituais, dificuldade em executar tarefas do dia-a-dia, repetir conversas ou tarefas, Desorientação em locais conhecidos e dificuldade de memorização

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Para chegar aos resultados, os participantes foram divididos em dois grupos: um praticou musculação por seis meses, enquanto o outro não fez exercícios. Eles passaram por testes neuropsicológicos e exames de imagem no início e ao final da pesquisa para compreender os impactos das atividades físicas.

Enquanto o grupo que pegou peso apresentou várias melhoras, os que permaneceram sedentários tiveram uma piora cognitiva.

Os testes mostraram que a realização de treinos de força melhorou a memória, provocou mudanças na anatomia cerebral dos voluntários e ainda impediu a atrofia de áreas cerebrais ligadas ao Alzheimer.

Já as pessoas sedentárias tiveram problemas no hipocampo e no pré-cúneo, áreas cerebrais ligadas ao Alzheimer. De acordo com os pesquisadores, a atrofia dessas regiões está relacionada ao aparecimento da doença cognitiva.

“O grupo que treinou apresentou melhor desempenho na memória episódica verbal após a intervenção. Já o grupo de controle (o que não treinou), apresentou diminuição do volume de massa cinzenta no hipocampo e pré-cúneo, enquanto o grupo de treinamento não apresentou redução no hipocampo e pré-cúneo direitos”, afirmam os autores do estudo no artigo científico.

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