O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira (26/3), aos 77 anos. Ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Mater Dei, na Região Centro-Sul da capital mineira, desde o dia 3 de janeiro.
Segundo os médicos responsáveis pelo tratamento, a morte ocorreu às 11h27, em decorrência de complicações associadas a um linfoma não-Hodgkin testicular. A doença havia sido tratada no ano passado, e os exames indicavam remissão. No entanto, o sistema imunológico do prefeito ficou comprometido devido à quimioterapia.
Além do câncer, Fuad também enfrentava outros problemas de saúde, como arritmia cardíaca, e nos últimos meses desenvolveu complicações neurológicas que afetaram sua fala, locomoção e capacidade de deglutição. De acordo com o médico do prefeito, Enaldo Melo de Lima, a infiltração da doença nos nervos contribuiu para esse quadro.
“O câncer por si só é uma doença sistêmica. Durante esse período, o tratamento foi tendo complicações do câncer inicial. Ele tinha infiltração neural, periférica da doença, que, mesmo quando tem respostas, acaba ocasionando danos nos nervos”, explicou o médico Enaldo Melo de Lima.
Na noite de terça-feira (25/3), o Fuad sofreu uma parada cardiorrespiratória e insuficiência renal aguda. Apesar dos esforços da equipe médica para reanimá-lo, ele evoluiu para um choque cardiogênico, condição em que o coração perde a capacidade de bombear sangue adequadamente. Para tentar estabilizá-lo, foram administrados medicamentos vasoativos e inotrópicos, mas o quadro clínico se agravou.
Nos últimos dias, Fuad já não apresentava mais consciência, passando por uma perda neural progressiva. “Ele estava traqueostomizado e, na fase final, já não abria nem os olhos”, relatou Lima.
Eleições
Fuad Noman assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte em março de 2022, após a saída de Alexandre Kalil para disputar o governo de Minas Gerais.
Nas eleições de 2024, venceu Bruno Engler (PL) no segundo turno, com 53,73% dos votos válidos. Desde a posse, ocorrida em janeiro deste ano, Fuad enfrentou sucessivas internações devido ao agravamento de sua saúde.
Desde sua última internação, o vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil) vinha exercendo a função de prefeito interino.
“Ele buscou a legitimidade como prefeito e realizou seu sonho. Não tenho dúvida de que parte de sua saúde foi comprometida pela campanha e pela dedicação à cidade, mas ele era um homem realizado”, afirmou Enaldo Melo de Lima.