A Rede Sustentabilidade da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ampliou a divisão interna às vésperas da eleição de um novo presidente, e a disputa parou na Justiça.
Minoritário, o grupo ligado à titular da pasta do governo de Luiz Inácio Lula da Silva questiona a corrente ligada à atual presidente da sigla, Heloísa Helena, e aponta decisões autoritárias e parciais do comitê que comandará o processo de escolha do próximo dirigente partidário.
A ala de Marina tem Giovanni Mockus como candidato à presidência da Rede, enquanto o grupo de Heloísa Helena indica Paulo Lamac como representante na disputa. A eleição está marcada para 11, 12 e 13 de abril em congresso partidário a ser realizado em Brasília.
Mockus entrou na Justiça contra o diretório nacional da Rede, pedindo a anulação da criação da Comissão Eleitoral Nacional (CEN). Ele reclama que o colegiado só conta com representantes da ala de Heloísa Helena, com influência na definição dos delegados eleitos nos municípios e estados, que terão direito de votar para escolher o próximo presidente.
A Justiça não acatou o pedido. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) entendeu que “questões atinentes à organização e funcionamento dos partidos devem ser resolvidas internamente”.
Além disso, o juiz entendeu que “não se vislumbra, em sede de cognição sumária, qualquer violação manifesta ao estatuto partidário que justifique a interferência do Poder Judiciário”. O grupo de Marina Silva informou que vai recorrer.
O grupo de Heloísa Helena calcula vantagem ampla, de acordo com o perfil dos delegados eleitos pelos diretórios estaduais. Nos bastidores, representantes dessa ala contam vitórias em 18 estados, e esperam ter o voto de 70% dos delegados. Representante dessa corrente, Paulo Lamac é Secretário de Relações Institucionais, da Prefeitura de Belo Horizonte (MG).