A diretora executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse nesta quarta-feira (9/4) que espera que a licença para explorar petróleo na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira, saia em breve. Questionada por jornalistas sobre quando sairá a licença, ela respondeu apenas: “Soon” (em breve, em inglês).
A executiva da Petrobras participou de painel no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, Oil & Gas 2025, realizado no Centro Cultural da FGV, no Rio de Janeiro.
O petróleo na região Norte
- A Margem Equatorial é uma região da costa do Brasil que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. É apontada como uma nova fronteira de exploração de petróleo e gás.
- A Margem Equatorial é composta por cinco bacias sedimentares: Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas.
- A Petrobras prevê um investimento de mais de US$ 3 bilhões na Margem Equatorial até 2028. O plano de negócios da companhia projeta a perfuração de 16 poços na região.
“Depois de 2006 para cá, somos autossuficientes [em petróleo]. A gente não pode sequer pensar em deixar de sê-lo”, disse a diretora da Petrobras em discurso no fórum. “Então, hoje nós precisamos de fronteiras exploratórias. Nesse sentido, nossa área fundamental de crescimento é a Margem Equatorial brasileira, onde termos enormes blocos, um potencial que a gente só sabe perfurando poço. Precisamos avaliar esse potencial”, continuou ela.
Em seguida, a diretora disse que a companhia petroleira quer dar “segurança” para a sociedade brasileira de que perfurar na Margem Equatorial não terá nenhum risco. “Temos todo o material para perfuração. Temos garantia que não haverá nenhum embate com o meio ambiente, nenhum problema na questão da perfuração”
“A gente não pode deixar o país sem isso. Nessa área nós estamos a mais de 170 km da costa. No local circulam mais de mil cargueiros, navios pela região, mostrando que não estamos lidando como uma área, digamos, ambientalmente isolada”, disse a diretora da Petrobras.
Ela frisou que o país tem quase 90% da matriz energética renovável e deve explorar todas as fontes. “O Brasil é o país de todas as energias e o petróleo não pode ficar de fora”, completou Sylvia.
Ministro espera que autorização saia em junho
No início de março, ao Metrópoles na coluna de Igor Gadelha, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira disse esperar que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorize a fase dos estudos na região até junho de 2025.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, quando aprovada pelo Ibama, a fase de estudos para exploração de petróleo na Margem Equatorial deve durar cerca de oito meses.
Silveira, a Petrobras e o presidente Lula têm defendido a exploração de petróleo na Margem Equatorial. O tema, porém, divide opiniões dentro do governo e atrai críticas de ambientalistas. Os interessados na exploração na região têm acusado o Ibama e, em especial o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, de retardar os processos para autorizar a perfuração.