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quarta-feira, 26 março, 2025
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    Lula tenta ganhar classe média com isenção do IR e MCMV

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    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha em medidas para ampliar a popularidade junto ao eleitorado que compõe a classe média, com renda domiciliar per capita entre R$ 1.926 e R$ 8.303 por mês. A última proposta do governo foi o envio de um projeto de lei para o Congresso Nacional para ampliar isenção do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) para o trabalhador que recebe até R$ 5 mil mensais não sofra grandes alterações no Congresso Nacional.


    De olho em 2026

    • O presidente Lula busca melhorar a popularidade do governo junto à classe média de olho na eleição de 2026.
    • Pesquisa Genial/Quaest de janeiro mostra 48% de aprovação e 54% de desaprovação da gestão entre quem ganha dois a cinco salários mínimos.
    • Ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
    • Expansão do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.

    A pesquisa Genial/Quaest de janeiro mostra que a aprovação do governo Lula permanece em 48% entre o eleitorado que ganha entre dois e cinco salários mínimos, hoje cotado a R$ 1.518. Já a desaprovação da gestão petista atingiu os 54% deste mesmo público.

    Confira:

    chart visualization

    A isenção do Imposto de Renda é uma promessa de campanha do governo Lula e foi entregue ao Congresso Nacional em um momento em que a gestão tenta melhorar o cenário de avaliação de olho na reeleição de 2026.

    A proposta do Palácio do Planalto tem como objetivo isentar os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil por mês. Para compensar a perda arrecadatória, o governo prevê taxar aqueles que possuem altas rendas e os dividendos no exterior. Dessa forma, quem ganha acima de R$ 50 mil por mês terá que pagar um imposto mínimo de até 10%.

    Veja como será a redução proposta pelo governo em relação ao modelo atual:

    • Quem recebe até R$ 5 mil terá isenção total, uma economia anual de R$ 4.356,89.
    • Quem recebe R$ 5,5 mil terá desconto de 75%, uma economia anual de R$ 3.367,68.
    • Quem recebe R$ 6 mil terá desconto de 50%, uma economia anual de R$ 2.350,79.
    • Quem recebe R$ 6,5 mil terá desconto de 25%, uma economia anual de R$ 1.333,90.
    • Quem recebe acima de R$ 7 mil continuará pagando as alíquotas progressivas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

    Minh Casa, Minha Vida

    O Orçamento de 2025, aprovado nesta semana pelo Congresso, conta com um aumento do valor destinado para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) de R$ 18 bilhões. Este montante é destinado para ampliação da faixa beneficiada pelo programa, para atender famílias com renda mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.

    Atualmente, a última faixa do programa beneficia famílias com renda bruta de R$ 4.400,01 até R$ 8 mil, com uma taxa nominal de 8,16% ao ano. Vale pontuar que o valor máximo para o imóvel deve ser de R$ 350 mil.

    Confira as faixas do Minha Casa, Minha Vida:

    • Renda de até R$ 2 mil – juros nominal de até 4,5% a.a.
    • Renda de até R$ 2.640 – juros nominal de até 4,75% a.a.
    • Renda de até R$ 3.200 – juros nominal de até 5,25% a.a.
    • Renda de até R$ 3.800 – juros nominal de até 6% a.a.
    • Renda de até R$ 4.400 – juros nominal de até 7% a.a.
    • Renda de até R$ 8 mil – juros nominal de até 8,16% a.a.

    Tiago Valenciano, cientista político e doutor em sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), explicou ao Metrópoles que ambas as medidas adotadas pelo governo têm como foco a reeleição de Lula. Ele pontuou ainda que o governo precisa focar mais na comunicação, para que a população entenda as propostas e isso possa se reverter em votos para o petista.

    “Ambas as propostas surgem no sentido de melhorar a imagem do governo perante ao eleitor da classe média e de centro: é ele quem vai decidir as eleições no final das contas”, afirma Valenciano.

    “Melhorar a comunicação como um todo, vez que a geração internet – que consome assunto político sobre o governo e, mesmo com a troca do Secretaria de Comunicação, a melhoria ainda não é perceptível”, complementa o cientista político.

    Renan Silva, professor de Economia do Ibmec Brasília, ressaltou a importância do governo tratar a ampliação do imposto de renda com cautela, uma vez demonstrada a necessidade de respeitar o arcabou fiscal.

    “A recomposição dessa arrecadação, naturalmente poderíamos lembrar que o caminho mais objetivo seria a contenção dos gastos públicos. E é isso que a gente percebe que o governo vem relutando muito, até porque ele tem seus objetivos e agora entramos ainda, num processo de sucessão presidencial, onde fica claro que o governo busca melhorar a sua popularidade”, disse o professor do Ibmec.

    A proposta do IR já foi enviada à Câmara dos Deputados, onde irá começar a tramitar, no entanto, não tem data para ser votado e como será a análise do processo dentro da Casa Legislativa.

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