O deputado federal e líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, pediu ao Banco Central para apurar operações cambiais suspeitas antes do anúncio do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O embasamento no pedido é que a compra de dólares em grande vulto e com caráter atípico, em 18 de julho, foi possivelmente baseada em informação relevante ainda não divulgada ao mercado. Isso caracterizaria “prática criminosa de uso indevido de informação privilegiada”.
Lindbergh relata que, conforme amplamente noticiado, houve uma movimentação incomum no mercado cambial brasileiro horas antes do anúncio oficial do governo dos Estados Unidos sobre a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com impacto imediato e relevante sobre a cotação do dólar.
A suspeita inicial foi levantada por operadores internacionais, como o gestor da Tolou Capital Management, que publicamente afirmou haver sinais de que pessoas com acesso prévio à informação confidencial teriam realizado operações lucrativas com base nessa antecipação de informação.
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Assim, o pedido ao Banco Central é para que:
- Identifique pessoas físicas ou jurídicas que realizaram operações de câmbio (compra ou venda de dólares) no mercado à vista, no dia 18 de julho de 2025, com valores iguais ou superiores a R$ 500 mil;
- descreva as operações, incluindo:
– valor da operação;
– instituição financeira ou corretora intermediária;
– modalidade;
– horário exato da transação;
– beneficiário econômico final; - analise eventuais padrões atípicos ou concentração suspeita de ordens de câmbio, em desacordo com o histórico dos comitentes e com a média de mercado, à luz dos dados do SISBACEN e outros sistemas disponíveis;
- encaminhe de imediato as informações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), à PGR e ao Supremo Tribunal Federal, para instrução do Inquérito 4995/DF (Pet 14.129), que apura condutas lesivas ao Estado Brasileiro por Eduardo Bolsonaro (PL).
Neste sábado, a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia de fato pedindo que seja incluída na apuração do inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a movimentação de compra e venda de dólares horas antes do anúncio do tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil.